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"Sei menos do que a imprensa", diz deputado
Paulinho afirma desconhecer acusação de tramar escândalo contra Kassab e investigação de suposto esquema de desvio no BNDES
Em atos da Força Sindical e da CUT, ministro Carlos Lupi (PDT) defendeu o colega de partido e disse que "indícios são indícios, não são provas"
DA REPORTAGEM LOCAL
O deputado Paulo Pereira da
Silva (PDT-SP), o Paulinho,
disse ontem saber "menos do
que os jornalistas" sobre a investigação da Polícia Federal
que atribui a ele um plano para
tentar atingir o prefeito Gilberto Kassab (DEM-SP) e que detectou um suposto esquema
para fraudar o BNDES.
"Eu pedi aos meus advogados
para, assim que aparecesse
meu nome nos jornais, eles fossem até a Polícia Federal. Infelizmente, não deram a eles o
que deram a vocês. Tive de tirar
fotografia das páginas, 39 no total. Nelas, o nome de Paulinho é
citado uma vez e "PA" uma vez.
Portanto, eu sei menos do que
vocês sobre o caso."
Essa foi uma das raras declarações de Paulinho sobre as investigações da Operação Santa
Tereza, durante a festa da Força Sindical pelo 1º de Maio, na
manhã de ontem, em São Paulo. Quase sempre, ao ser questionado pelos jornalistas, ele se
negava a responder. "Não vou
falar de coisas que eu não sei."
Relatórios da PF entregues à
Justiça descrevem as articulações de Paulinho para tramar
"um escândalo" a fim de atingir
Kassab, candidato à reeleição, e
seu então secretário de Trabalho, Geraldo Vinholi -que deixou o cargo em 7 de março.
A operação da PF começou,
em dezembro passado, a investigar uma casa de prostituição
na capital paulista e detectou
um suposto esquema para desvio de recursos do BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Questionado sobre Kassab,
Paulinho respondeu: "Essa é
uma invenção da Folha de
S.Paulo". A Folha teve acesso
às cerca de 850 páginas que
formam o inquérito e que corre
sob segredo de Justiça.
Desagravo
O evento da Força acabou se
transformando em um ato de
desagravo ao deputado e presidente da Força Sindical.
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi (PDT), foi o principal
porta-voz da defesa de Paulinho: "O que há de fato até agora? Alguém ouviu falar de alguém que talvez seja o deputado Paulinho. Ouviu o quê? Qual
é a prova? Temos que tomar
cuidado para não virar um tribunal de inquisição, a gente,
sem prova, sem documento,
acusar pessoas. Por enquanto, é
ilação. Tenho muito cuidado
porque isso foi um processo da
ditadura, dos regimes arbitrários". À tarde, no ato da CUT,
disse: "Não é porque Paulinho é
meu amigo, mas acho que, de
qualquer forma, indícios são
indícios, não são provas."
Os deputados Aldo Rebelo
(PC do B-SP) e Márcio França
(PSB-SP) também afirmaram
que não há provas contra Paulinho.
(JAB e LC)
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