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Dividido, PT-MG faz prévia para o governo
Após disputa interna, Patrus e Pimentel pregam união para viabilizar nome petista e palanque único frente ao PMDB
Apoio a Hélio Costa é uma imposição do PMDB para compor chapa com Dilma; segundo petistas, orientação de Lula é que vai prevalecer
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
O PT de Minas Gerais realiza
hoje a prévia que apontará o
vencedor da disputa travada
entre o ex-ministro Patrus
Ananias e o ex-prefeito Fernando Pimentel para concorrer
ao governo do Estado.
Mas, apesar do racha, os dois
não veem motivo para o PT nacional intervir no diretório e
reconhecem que, encerrada a
prévia, vão ter de iniciar entendimentos com o PMDB.
"Não cabe falar em intervenção em Minas. É palanque único e isso está definido", disse
Pimentel. "Vamos processar e
resolver isso politicamente. A
palavra intervenção por si só já
é traumática", afirmou Patrus.
Eles fazem o discurso de que
o candidato que vencer a prévia
petista deve encabeçar a chapa
única, e não o ex-ministro das
Comunicações Hélio Costa, como querem Lula e o PMDB.
Outro componente usado pelos petistas para afastar a possibilidade de intervenção é o fato
de se tratar de dois líderes nacionais do partido. Pimentel é
coordenador da campanha de
Dilma. Patrus foi ministro do
governo Lula por seis anos.
Pimentel e Patrus iniciaram
a disputa interna em 2008, na
eleição para a Prefeitura de Belo Horizonte, quando o ex-prefeito apoiou Marcio Lacerda
(PSB) juntamente com o PSDB
do governador Aécio Neves.
No ano passado, eles voltaram a medir forças na disputa
pelo controle do partido e Pimentel venceu novamente.
O apoio a Hélio Costa é condição do PMDB nacional para a
aliança com Dilma Rousseff. E
o fato de a exigência se dar no
segundo colégio eleitoral do
país -governado pelo rival
PSDB e que pode decidir a disputa presidencial por ter 14 milhões de votos em disputa- dá
a Costa vantagem ainda maior.
O senador peemedebista também lidera as pesquisas.
Os dois lados na disputa petista disseram à Folha que essa
situação não se resolverá antes
de 24 de maio, quando o PT fará seu encontro estadual.
Eles pretendem tentar convencer Lula e o PT nacional de
que ter candidatura própria
significa ter apoio da militância
petista, garantia que não haverá com Costa como candidato.
Na prática, sabem que a disputa de hoje poderá significar
apenas a indicação do nome
que concorrerá ao Senado.
Estão aptos a votar na prévia
cerca de 130 mil petistas, em
605 municípios, mas a direção
em Minas estima que apenas
30 mil devem comparecer.
A possibilidade de intervenção é avaliada pela direção nacional do PT e é considerada
mais provável caso Patrus vença a disputa. A avaliação da cúpula é que ele seria mais refratário ao apoio a Costa.
Colaborou VALDO CRUZ, da Sucursal de Brasília
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