São Paulo, domingo, 02 de maio de 2010

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Dividido, PT-MG faz prévia para o governo

Após disputa interna, Patrus e Pimentel pregam união para viabilizar nome petista e palanque único frente ao PMDB

Apoio a Hélio Costa é uma imposição do PMDB para compor chapa com Dilma; segundo petistas, orientação de Lula é que vai prevalecer


PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O PT de Minas Gerais realiza hoje a prévia que apontará o vencedor da disputa travada entre o ex-ministro Patrus Ananias e o ex-prefeito Fernando Pimentel para concorrer ao governo do Estado.
Mas, apesar do racha, os dois não veem motivo para o PT nacional intervir no diretório e reconhecem que, encerrada a prévia, vão ter de iniciar entendimentos com o PMDB.
"Não cabe falar em intervenção em Minas. É palanque único e isso está definido", disse Pimentel. "Vamos processar e resolver isso politicamente. A palavra intervenção por si só já é traumática", afirmou Patrus. Eles fazem o discurso de que o candidato que vencer a prévia petista deve encabeçar a chapa única, e não o ex-ministro das Comunicações Hélio Costa, como querem Lula e o PMDB.
Outro componente usado pelos petistas para afastar a possibilidade de intervenção é o fato de se tratar de dois líderes nacionais do partido. Pimentel é coordenador da campanha de Dilma. Patrus foi ministro do governo Lula por seis anos.
Pimentel e Patrus iniciaram a disputa interna em 2008, na eleição para a Prefeitura de Belo Horizonte, quando o ex-prefeito apoiou Marcio Lacerda (PSB) juntamente com o PSDB do governador Aécio Neves.
No ano passado, eles voltaram a medir forças na disputa pelo controle do partido e Pimentel venceu novamente. O apoio a Hélio Costa é condição do PMDB nacional para a aliança com Dilma Rousseff. E o fato de a exigência se dar no segundo colégio eleitoral do país -governado pelo rival PSDB e que pode decidir a disputa presidencial por ter 14 milhões de votos em disputa- dá a Costa vantagem ainda maior.
O senador peemedebista também lidera as pesquisas. Os dois lados na disputa petista disseram à Folha que essa situação não se resolverá antes de 24 de maio, quando o PT fará seu encontro estadual.
Eles pretendem tentar convencer Lula e o PT nacional de que ter candidatura própria significa ter apoio da militância petista, garantia que não haverá com Costa como candidato.
Na prática, sabem que a disputa de hoje poderá significar apenas a indicação do nome que concorrerá ao Senado. Estão aptos a votar na prévia cerca de 130 mil petistas, em 605 municípios, mas a direção em Minas estima que apenas 30 mil devem comparecer.
A possibilidade de intervenção é avaliada pela direção nacional do PT e é considerada mais provável caso Patrus vença a disputa. A avaliação da cúpula é que ele seria mais refratário ao apoio a Costa.

Colaborou VALDO CRUZ, da Sucursal de Brasília



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