São Paulo, quinta-feira, 02 de junho de 2005

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PF deve ouvir hoje ex-presidente do IRB

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ex-presidente do IRB (Instituto de Resseguros do Brasil) Lídio Duarte deve ser ouvido hoje pela Polícia Federal. A expectativa é que ele esclareça suposta mesada de R$ 400 mil para o PTB, que seria obtida por meio estatal.
A denúncia da suposta mesada foi publicada pela revista "Veja". O inquérito que apura irregularidades no âmbito do IRB corre paralelamente e é conduzido pela mesma equipe de policiais que investiga um suposto esquema de corrupção nos Correios.
A ligação entre as duas estatais seria o PTB, partido em benefício do qual, conforme a "Veja", negociatas estariam sendo feitas.
Depois de Duarte, a PF deve ouvir Marcus Vinícius Vasconcelos Ferreira, genro do presidente do PTB, deputado Roberto Jefferson (RJ), e também o corretor Henrique Brandão, amigo de longa data do parlamentar.
A Assurê, corretora de Brandão, na qual o genro de Jefferson já trabalhou, teria sido beneficiada em negócios com empresas públicas.
Já na Câmara dos Deputados, a Comissão de Finanças e Tributação aprovou ontem requerimento para que o atual presidente do IRB, Luís Apolônio Neto, preste esclarecimentos a respeito de denúncias envolvendo o órgão.
Trata-se de um convite, ou seja, Neto poderá recusar-se a comparecer. Caso isso ocorra, no entanto, o presidente da comissão, deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), disse que novo requerimento pode ser aprovado.
Também foram citados no requerimento e convidados dois ex-presidentes da estatal: o próprio Lídio Duarte e Manoel Morais de Araújo, que ocupou interinamente o cargo.
O requerimento foi apresentado no ano passado pelos deputados Carlos William (PMDB-MG) e Nelson Bornier (PMDB-RJ). Originalmente, era um pedido de informações a respeito de atividades políticas de diretores do IRB.
Ontem, chegou a resposta, que foi considerada insatisfatória pelos deputados. Em reação, propuseram e conseguiram aprovar o requerimento. "O requerimento, obviamente, agora ganha nova dimensão, com as novas informações disponíveis", disse Geddel.
No inquérito policial que investiga os Correios, os principais alvos até o momento são o ex-chefe do Departamento de Contratação e Administração de Material Maurício Marinho, o ex-diretor de Administração Antônio Osório Batista e seu ex-assessor-executivo Fernando Godoy.
Segundo dados sob análise dos investigadores, dos três, Godoy é o que tem o patrimônio mais expressivo -cerca de R$ 800 mil em imóveis. Está em curso uma avaliação sobre a compatibilidade entre os bens e seus rendimentos.
Em meio ao material apreendido pela PF na sede dos Correios na semana passada, até o momento não foi achada a agenda de trabalho de Godoy. As de Marinho e Osório já estão em análise.
Ao ser filmado por dois supostos empresários, Marinho disse que o suposto esquema nos Correios teria como padrinho político Roberto Jefferson e como pontas operacionais, além dele, Godoy e Osório. (ANDRÉA MICHAEL)


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