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PF deve ouvir hoje ex-presidente do IRB
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ex-presidente do IRB (Instituto de Resseguros do Brasil) Lídio Duarte deve ser ouvido hoje
pela Polícia Federal. A expectativa
é que ele esclareça suposta mesada de R$ 400 mil para o PTB, que
seria obtida por meio estatal.
A denúncia da suposta mesada
foi publicada pela revista "Veja".
O inquérito que apura irregularidades no âmbito do IRB corre paralelamente e é conduzido pela
mesma equipe de policiais que investiga um suposto esquema de
corrupção nos Correios.
A ligação entre as duas estatais
seria o PTB, partido em benefício
do qual, conforme a "Veja", negociatas estariam sendo feitas.
Depois de Duarte, a PF deve ouvir Marcus Vinícius Vasconcelos
Ferreira, genro do presidente do
PTB, deputado Roberto Jefferson
(RJ), e também o corretor Henrique Brandão, amigo de longa data
do parlamentar.
A Assurê, corretora de Brandão,
na qual o genro de Jefferson já trabalhou, teria sido beneficiada em
negócios com empresas públicas.
Já na Câmara dos Deputados, a
Comissão de Finanças e Tributação aprovou ontem requerimento
para que o atual presidente do
IRB, Luís Apolônio Neto, preste
esclarecimentos a respeito de denúncias envolvendo o órgão.
Trata-se de um convite, ou seja,
Neto poderá recusar-se a comparecer. Caso isso ocorra, no entanto, o presidente da comissão, deputado Geddel Vieira Lima
(PMDB-BA), disse que novo requerimento pode ser aprovado.
Também foram citados no requerimento e convidados dois ex-presidentes da estatal: o próprio
Lídio Duarte e Manoel Morais de
Araújo, que ocupou interinamente o cargo.
O requerimento foi apresentado
no ano passado pelos deputados
Carlos William (PMDB-MG) e
Nelson Bornier (PMDB-RJ). Originalmente, era um pedido de informações a respeito de atividades políticas de diretores do IRB.
Ontem, chegou a resposta, que
foi considerada insatisfatória pelos deputados. Em reação, propuseram e conseguiram aprovar o
requerimento. "O requerimento,
obviamente, agora ganha nova dimensão, com as novas informações disponíveis", disse Geddel.
No inquérito policial que investiga os Correios, os principais alvos até o momento são o ex-chefe
do Departamento de Contratação
e Administração de Material
Maurício Marinho, o ex-diretor
de Administração Antônio Osório Batista e seu ex-assessor-executivo Fernando Godoy.
Segundo dados sob análise dos
investigadores, dos três, Godoy é
o que tem o patrimônio mais expressivo -cerca de R$ 800 mil
em imóveis. Está em curso uma
avaliação sobre a compatibilidade
entre os bens e seus rendimentos.
Em meio ao material apreendido pela PF na sede dos Correios
na semana passada, até o momento não foi achada a agenda de
trabalho de Godoy. As de Marinho e Osório já estão em análise.
Ao ser filmado por dois supostos empresários, Marinho disse
que o suposto esquema nos Correios teria como padrinho político Roberto Jefferson e como pontas operacionais, além dele, Godoy e Osório.
(ANDRÉA MICHAEL)
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