São Paulo, sexta-feira, 02 de junho de 2006

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Com resistências a Ciro para vice de Lula, aumentam chances de Campos e Alencar

DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-ministro Ciro Gomes (PSB) perdeu força para ser o vice do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Dirigentes do PSB e do PT já descartam a indicação de Ciro e trabalham agora pelo presidente nacional do PSB, Eduardo Campos (PE). Apesar dos esforços, quem mais cresce no Planalto é o atual vice, José Alencar (PRB).
As razões do PSB e do PT para apoiar Campos e resistir a Ciro são distintas. O PSB teme não ultrapassar a cláusula de barreira (exigência de se obter 5% dos votos válidos em pelo menos nove Estados). Se Ciro disputar uma vaga na Câmara, pode ter, segundo cálculos da sigla, entre 350 mil a 400 mil votos. O partido precisa de cerca de 5 milhões de votos.
Segundo os petistas, Ciro não é um bom nome para a vice porque ameaça as pretensões do PT de encontrar um sucessor para Lula em 2010 e porque não é bem visto pelo mercado. "Ele tem pavio curto e já propôs o alongamento da dívida, o que é visto pelo mercado como moratória", disse um petista.
Além disso, o PT aposta numa vitória do ex-ministro Humberto Costa ao governo de Pernambuco. Sem Campos, aumentam as chances do petista.
A possibilidade de aliança entre as duas siglas e a vice foram debatidas em jantar na quarta-feira, em Brasília, na casa do líder do PSB na Câmara, Alexandre Cardoso (RJ).
O PSB acredita que Ciro, se eleito deputado, seria um nome forte para assumir a presidência da Câmara, o que daria mais estabilidade num eventual segundo mandato de Lula.

Aval de Lula
O fato de Campos ser pernambucano como Lula e não ter "musculatura eleitoral nacional" (na definição do PT e do PSB) dificulta sua indicação. "Não é o vice que garante votos. A função mais importante é consolidar uma composição de forças políticas", disse o deputado Maurício Rands (PT-PE).
As duas legendas sabem, contudo, que precisam do aval de Lula, que vai levar em conta também a simpatia do mercado. Em contatos com petistas, investidores deixam claro que o melhor vice é Alencar. Pela boa interlocução com o empresariado e popularidade em Minas, Alencar seria o nome mais qualificado, admitem dirigentes. (MALU DELGADO)


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