São Paulo, terça-feira, 02 de junho de 2009

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Aprovação ao Congresso sobe entre os mais pobres

Taxa de ótimo/bom aumenta de 18% para 22% entre menos escolarizados

Entre os mais escolarizados, a aprovação oscila de 11% para 9%; no eleitorado em geral, taxa de ótimo/bom passa de 16% para 19%


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A diferença entre o modo como os eleitores mais e menos escolarizados avaliam o Congresso se acentuou na última pesquisa Datafolha, realizada entre os dias 26 e 28 de maio.
De março para cá, a aprovação aos congressistas subiu de 18% para 22% entre os eleitores menos escolarizados, mas oscilou de 11% para 9% entre os mais escolarizados (a margem de erro é de dois pontos percentuais). A diferença entre os dois estratos do eleitorado, de 7 pontos, passou agora para 13.
Na pesquisa anterior, 19% dos que têm renda familiar de até dois salários mínimos avaliavam o Congresso como bom ou ótimo, contra 12% dos que recebem mais de dez salários mínimos. Agora, 22% dos mais pobres aprovam o Legislativo, contra só 11% dos mais ricos.
Hoje o Congresso é desaprovado por 30% dos mais pobres e por 48% dos mais ricos. Em março a distância era menor: 32% e 45%, respectivamente.
A avaliação do desempenho dos parlamentares como ótimo ou bom na média do eleitorado passou de 16%, na pesquisa feita pelo Datafolha em março, para 19%. A proporção dos que consideram o Congresso ruim ou péssimo passou de 37% para 34%. Já os que avaliam o Legislativo federal como regular oscilaram de 39% para 41%.
Nesse intervalo de dois meses, uma série de crises atingiu o Senado e a Câmara. A pesquisa anterior do Datafolha captou o início das denúncias. Já se sabia da mansão não declarada pelo ex-diretor-geral do Senado Agaciel Maia, revelada pela Folha, do castelo do deputado Edmar Moreira (sem partido-MG) e do pagamento de horas extras nas férias do Senado.
Mas ainda não haviam sido divulgados, por exemplo, a contratação de empregadas domésticas de deputados por seus gabinetes, o fretamento de jatinhos com verbas públicas, a farra das passagens aéreas e as irregularidades no auxílio-moradia. Neste período, o deputado federal Sérgio Moraes (PTB-RS) disse que estava "se lixando para a opinião pública".
Todos esses fatos, porém, só pesaram no julgamento daquelas parcelas do eleitorado que têm mais acesso às informações -os estratos mais escolarizados e com maior renda. Nos demais não houve impacto.
"A população manteve a média histórica de reprovação do Congresso. Isso independentemente das crises recentes", observou Mauro Paulino, diretor-geral do Datafolha.
Para o professor de ciência política Jairo Nicolau, do Iuperj (Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro), a avaliação geral do Congresso Nacional não deixa de surpreender, tendo em vista o que ele chama de "bombardeio da imprensa": "Eu esperava uma desaprovação avassaladora, e ela ficou inalterada", disse.
Segundo Nicolau, os números podem ser explicados pela dificuldade que é fazer avaliações sobre instituições abstratas, como o Congresso.
O Datafolha ouviu 5.129 pessoas em 203 municípios do Brasil, entre 26 e 28 de maio.


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