São Paulo, terça, 2 de junho de 1998

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SUCESSÃO
Segundo o presidente do Senado, pré-candidato tucano deveria falar mais vezes na TV durante menos tempo
ACM afirma que FHC se comunica mal

VANESSA HAIGH
da Sucursal de Brasília

O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães, disse ontem que o presidente Fernando Henrique Cardoso deveria melhorar sua comunicação com a população. Segundo ACM, FHC deve "falar mais vezes e durante menos tempo" na televisão.
"Eu falaria diretamente: isso é isso, isso é isso, dois, três minutos a cada dia. Acho que o povo brasileiro assimilaria mais facilmente dessa forma do que com programas e entrevistas longas", disse ACM. Para ele, "a comunicação do governo não é a melhor".
ACM desaconselhou um debate do presidente com o pré-candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva. "A diferença é tão grande que confrontar é fazer crescer o Lula." Segundo o senador, o petista "não tem programa, não sabe o que vai fazer com o Brasil, e o Brasil não quer isso, quer rumo".
Na visão de ACM, o presidente também não tem aproveitado bem as chances de mostrar o que tem feito. Ele citou como exemplo o veto de FHC a um artigo de uma lei que elevava de 25% para 50% a permissão para reajuste no valor dos contratos do governo com empreiteiras sem licitação.
A lei foi aprovada pelo Congresso em sessão noturna, presidida por ACM. O relator, deputado José Carlos Aleluia (PFL), inseriu o artigo a pedido do deputado Alberto Goldman (PMDB), que buscava solução para a duplicação da Fernão Dias. A empreiteira responsável havia paralisado os trabalhos, alegando que os custos extrapolaram o planejado. Aleluia diz que fez a mudança com o aval do Planalto.
"O aumento foi feito aqui na Câmara, teve também uma certa conivência de alguém da Casa Civil, mas o veto do presidente foi importante. Ele devia ter falado com a imprensa sobre isso", disse.
Para ACM, FHC também deveria mostrar que é candidato. A Lei Eleitoral não permite que o presidente se declare candidato antes de 6 de julho. ACM criticou a lei.
"Ela não pode se confrontar com a realidade brasileira. Na convenção ele aceita ser candidato. Pela lei, a convenção tem de ser antes de 6 de julho. Então nesse dia ele não vai dizer que é candidato? A Lei Eleitoral é que é mal feita."



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