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SUCESSÃO
Segundo o presidente do Senado, pré-candidato tucano deveria falar mais vezes na TV durante menos tempo
ACM afirma que FHC se comunica mal
VANESSA HAIGH
da Sucursal de Brasília
O presidente
do Senado, Antonio Carlos
Magalhães, disse ontem que o
presidente Fernando Henrique Cardoso deveria melhorar sua comunicação
com a população. Segundo ACM,
FHC deve "falar mais vezes e durante menos tempo" na televisão.
"Eu falaria diretamente: isso é
isso, isso é isso, dois, três minutos
a cada dia. Acho que o povo brasileiro assimilaria mais facilmente
dessa forma do que com programas e entrevistas longas", disse
ACM. Para ele, "a comunicação
do governo não é a melhor".
ACM desaconselhou um debate
do presidente com o pré-candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva.
"A diferença é tão grande que
confrontar é fazer crescer o Lula."
Segundo o senador, o petista
"não tem programa, não sabe o
que vai fazer com o Brasil, e o Brasil não quer isso, quer rumo".
Na visão de ACM, o presidente
também não tem aproveitado bem
as chances de mostrar o que tem
feito. Ele citou como exemplo o
veto de FHC a um artigo de uma
lei que elevava de 25% para 50% a
permissão para reajuste no valor
dos contratos do governo com
empreiteiras sem licitação.
A lei foi aprovada pelo Congresso em sessão noturna, presidida
por ACM. O relator, deputado José Carlos Aleluia (PFL), inseriu o
artigo a pedido do deputado Alberto Goldman (PMDB), que buscava solução para a duplicação da
Fernão Dias. A empreiteira responsável havia paralisado os trabalhos, alegando que os custos extrapolaram o planejado. Aleluia
diz que fez a mudança com o aval
do Planalto.
"O aumento foi feito aqui na
Câmara, teve também uma certa
conivência de alguém da Casa Civil, mas o veto do presidente foi
importante. Ele devia ter falado
com a imprensa sobre isso", disse.
Para ACM, FHC também deveria
mostrar que é candidato. A Lei
Eleitoral não permite que o presidente se declare candidato antes
de 6 de julho. ACM criticou a lei.
"Ela não pode se confrontar
com a realidade brasileira. Na convenção ele aceita ser candidato.
Pela lei, a convenção tem de ser
antes de 6 de julho. Então nesse dia
ele não vai dizer que é candidato?
A Lei Eleitoral é que é mal feita."
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