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Movimento dos sem-terra leva
entidade a buscar espaço próprio
BERNARDINO FURTADO
da Reportagem Local
A preocupação em "faturar"
melhor as invasões de terras organizadas pelo movimento sindical
rural vem crescendo na CUT desde que a entidade conseguiu, em
95, a filiação da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores
na Agricultura).
O motivo da preocupação é a
grande visibilidade conquistada
pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) em
Estados onde o movimento sindical rural faz invasões em maior
número e há mais tempo.
A criação do MLT (Movimento
de Luta pela Terra) pela Fetag-BA
(Federação dos Trabalhadores na
Agricultura da Bahia) é a reação
mais radical do sindicalismo rural
ao "marketing" do MST. Assim
como o rival, o MLT tem bandeira, camisetas, bonés e até um hino, símbolos usados para "assinar" as invasões de terra.
A bandeira do MLT já chegou a
Sergipe, Pernambuco e, mais recentemente, ao Pará, onde o MLT
montou um escritório na cidade
de Curionópolis, no sul do Estado.
No último congresso da Contag,
encerrado em 3 de abril último,
em Brasília, os dirigentes da entidade decidiram intensificar as invasões de terra, orientando os sindicatos e federações a fazer um esforço para divulgar melhor a autoria dessas ações, seja sob a bandeira da CUT, da Contag ou do próprios sindicatos.
As federações dos Estados do
Nordeste e Centro-Oeste que têm
tradição de invadir terras foram
decisivas para a eleição do atual
presidente da Contag, Manoel
Santos, que até o congresso de
abril era presidente da Fetag-PE.
O problema é que nem todas as
federações estaduais de trabalhadores rurais são filiadas à CUT,
embora façam parte da Contag. É
o caso de Mato Grosso e Mato
Grosso do Sul, em que apenas parte dos sindicatos são cutistas.
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