São Paulo, terça, 2 de junho de 1998

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Movimento dos sem-terra leva entidade a buscar espaço próprio

BERNARDINO FURTADO
da Reportagem Local

A preocupação em "faturar" melhor as invasões de terras organizadas pelo movimento sindical rural vem crescendo na CUT desde que a entidade conseguiu, em 95, a filiação da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura).
O motivo da preocupação é a grande visibilidade conquistada pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) em Estados onde o movimento sindical rural faz invasões em maior número e há mais tempo.
A criação do MLT (Movimento de Luta pela Terra) pela Fetag-BA (Federação dos Trabalhadores na Agricultura da Bahia) é a reação mais radical do sindicalismo rural ao "marketing" do MST. Assim como o rival, o MLT tem bandeira, camisetas, bonés e até um hino, símbolos usados para "assinar" as invasões de terra.
A bandeira do MLT já chegou a Sergipe, Pernambuco e, mais recentemente, ao Pará, onde o MLT montou um escritório na cidade de Curionópolis, no sul do Estado.
No último congresso da Contag, encerrado em 3 de abril último, em Brasília, os dirigentes da entidade decidiram intensificar as invasões de terra, orientando os sindicatos e federações a fazer um esforço para divulgar melhor a autoria dessas ações, seja sob a bandeira da CUT, da Contag ou do próprios sindicatos.
As federações dos Estados do Nordeste e Centro-Oeste que têm tradição de invadir terras foram decisivas para a eleição do atual presidente da Contag, Manoel Santos, que até o congresso de abril era presidente da Fetag-PE.
O problema é que nem todas as federações estaduais de trabalhadores rurais são filiadas à CUT, embora façam parte da Contag. É o caso de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, em que apenas parte dos sindicatos são cutistas.



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