São Paulo, domingo, 02 de julho de 2000


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PAINEL


Nacionalismo eleitoral
Em reunião de cúpula da qual participaram os ministros do partido, o PSDB decidiu abrir fogo contra o relatório da consultora Booz-Allen & Hamilton-Fipe sobre os bancos oficiais. Os tucanos suspeitam que é o ensaio de uma operação para privatizar Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e outros.

Promessa palaciana
O relatório Booz-Allen foi encomendado pelo BNDES e divulgado -"desastradamente", segundo o PSDB- pelo Ministério da Fazenda. De acordo com os cardeais tucanos, FHC já lhes garantiu que não vende os bancos oficiais em seu mandato.

Cassino arriscado
O temor do PSDB é que a versão da venda do Banco do Brasil e da Caixa "pegue". A sigla teria de ficar dando satisfações na campanha. Já basta ter de explicar por que a abertura do setor ao capital externo também não atendeu às expectativas de redução de juros e de aumento do crédito, como fora alardeado.

Poder anabolizado
Decidido: a Agência de Defesa Econômica ficará na órbita de Alcides Tápias (Desenvolvimento). Além do Cade, devem compor a agência a Secretaria de Direito Econômico, do Ministério da Justiça, e, talvez, a de Acompanhamento Econômico, ligada a Malan (Fazenda).

Cena carioca
O narcotráfico mudou a rotina de militares que moram em favelas e trabalham no Galeão (RJ). Até bem pouco tempo, a Aeronáutica os pegava de madrugada e os transportava para a base. Agora, apanham na véspera. O tráfico vetou a entrada dos carros nesse horário.

Corpo a corpo
A Abifumo, entidade que congrega os industriais do tabaco, decidiu se fixar em Brasília. Para vigiar de perto as iniciativas que pipocam no Executivo e no Congresso visando a restrição do consumo de cigarro.


Fala, professor
Assim que voltar dos EUA, para onde foi na sexta, o "dissidente" do PPS Mangabeira Unger será convidado por Marta Suplicy para ir ao Instituto Florestan Fernandes, presidido pela petista, expor suas idéias para São Paulo. O maridão Eduardo é o maior entusiasta do convite ao guru primeiro de Ciro Gomes.

Quanto pior, melhor
As relações do PPS paulista, pró-Erundina (PSB), com Ciro, simpático a Marta, estão péssimas. O PT pretende explorar o mal-estar, apesar de Marta não ter gostado muito da declaração de Mangabeira Unger, que a definiu como um "mal menor".

Palavras ao léu
Durou cerca de 12 horas o compromisso do Ministério Público com Maria Lúcia Tojal de manter em sigilo a identidade do empresário que teria tentado subornar a Secretaria da Saúde na interinidade de Regis de Oliveira (SP). A ex-chefe de gabinete se considera "traída" pela ética lábil dos promotores.

Casos de Justiça
Yedda de Lourdes Pereira, subprocuradora-geral da República, denunciou ao STJ o desembargador Daniel Ferreira da Silva, do Amazonas, acusado na CPI do Judiciário de vender sentenças. Yedda cuida ainda do inquérito dos desembargadores Roberto Haddad e Theotonio Costa, do TRF paulista, sob suspeita de enriquecimento ilícito.

Casa rachada
A insatisfação de empresários de obras públicas com a atuação do Sinduscon-SP na área de habitação popular explicaria boa parte dos votos obtidos pela chapa da oposição (42,9%), apurados na sexta-feira. "Não vejo risco de ruptura", diz o presidente eleito, Artur Quaresma.

Perdido no paraíso
O príncipe Andrew, filho da rainha Elizabeth e ex-marido de Sarah Ferguson, chegou incógnito na sexta a Fortaleza. Hospedou-se numa casa do Beach Park. E tinha planos de passar o domingão em Canoa Quebrada.

TIROTEIO

De Paulo Maluf, candidato do PPB à prefeitura paulistana, reafirmando sua defesa da pena de prisão perpétua:
- Aqueles que reincidem em crimes hediondos têm de ficar segregados. Para eles, nada melhor que a prisão perpétua.

CONTRAPONTO

Omelete tucano
A prática de atirar ovos em autoridades tucanas virou motivo de piadas no Congresso. Uma delas diz que FHC iria criar o Ministério da Avicultura e dar a Serra (Saúde), vítima de uma "ovada" em Sorocaba (SP).
Outra, contada às gargalhadas, dá conta de que FHC criaria um novo imposto sobre a venda de ovos. Eles ficariam caros e desestimulariam os manifestantes de uma classe média empobrecida. A última é contada no PFL.
Um homem grisalho, usando óculos escuros, entra em um supermercado e compra todo o estoque de ovos.
Tentando passar despercebido, empurra o carrinho cheio de ovos até a saída. A caixa, vendo a compra, pergunta, entediada:
- O senhor vai ao comício do presidente?
E o homem, procurando se esconder:
- Fala baixo, fala baixo. Eu sou o presidente!


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