São Paulo, domingo, 02 de julho de 2000


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PESQUISA
Ex-mulher do presidenciável do PPS lidera em Fortaleza, com 36%; cenários estão estáveis em outras 7 capitais
Ciro impulsiona candidatura de Patrícia


IGOR GIELOW
COORDENADOR DA AGÊNCIA FOLHA

As mudanças ocorridas na composição do menu de candidatos que o eleitor terá à frente em outubro não alteraram substancialmente o cenário político em oito capitais pesquisadas pelo Datafolha na terça-feira passada.
As principais tendências apontadas pelas duas pesquisas anteriores, realizadas em março e em maio, estão se consolidando neste ponto da disputa.
Em Fortaleza, o trabalho do presidenciável Ciro Gomes (PPS) para angariar apoio à candidatura de Patrícia Gomes, sua ex-mulher, tem dado certo. A vitória é estratégica para as pretensões de Ciro, e uma gama de partidos resolveu se unir ao PPS -do PPB de Paulo Maluf ao PSDB do governador Tasso Jereissati.
Na pesquisa espontânea, Patrícia saltou de 2% das citações em março para 11% agora. A expectativa de que ela ganhe também subiu de 25% em maio para 35%.
Apesar de os dados não serem diretamente comparáveis (houve uma desistência de peso relativo e duas inclusões de nomes), Patrícia parece estar ganhando terreno também na pesquisa estimulada: tem 36% das intenções de voto (contra 31% em maio).
O segundo lugar segue sendo disputado pelo atual prefeito, Juraci Magalhães (PMDB, 22%) e o deputado federal Inácio Arruda (PC do B, 19%). Um pouco abaixo, ainda que dentro da margem de erro para empatar tecnicamente com Arruda, vem o deputado Moroni Torgan (PFL, 12%).
A margem de erro da pesquisa nacional é de quatro pontos percentuais, para cima e para baixo.

Consolidação
Outras tendências estão se consolidando. Em Recife, o prefeito Roberto Magalhães (PFL) segue na frente, com folgados 39%.
Toda a definição do segundo colocado depende do resultado da disputa dentro do PSDB local: parte dos tucanos queria lançar João Braga. Outra parte queria apoiar o prefeito. Em um cenário da pesquisa do dia 28, Braga tinha 9% -fatia apetitosa num eventual segundo turno. A disputa está nas mãos da Justiça Eleitoral.
João Paulo (PT) tem entre 14% e 16%, nas situações com ou sem Braga, respectivamente. Carlos Wilson (PPS) registra 9% e 13%, respectivamente.
Prossegue relativamente tranquila para o PT a situação em Porto Alegre. Tarso Genro lidera com 46%, dez pontos percentuais à frente da soma de todos os seus adversários -exatamente o número de indecisos. A pesquisa ainda indica que 35% dos entrevistados ainda podem mudar de idéia. Na sequência, vêm Alceu Collares (PDT, 19%) e Yeda Crusius (PSDB, 10%).
Em Belo Horizonte, o prefeito Célio de Castro (PSB) lidera com 28%. Em segundo, empatados tecnicamente, vêm João Leite (PSDB, 19%) e Cabo Júlio (PL, 14%). É a única capital onde um tucano está bem colocado, com chance de ir ao segundo turno.
O apoio do PDT ao PMDB de Maria Elvira não surtiu muito efeito. O ex-candidato pedetista Alencar da Silveira Jr. tinha 6% em maio, e a peemedebista, 7%. Agora, Maria Elvira oscilou para 10%, dentro da margem de erro.
A oposição ao prefeito de Salvador, Antônio Imbassahy (PFL), perdeu um pouco de força. Em maio, o segundo colocado da disputa, Nelson Pellegrino (PT), tinha 22%. Agora, tem 17%.
A posição do afilhado do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) parece estar garantida. Imbassahy oscilou dois pontos percentuais, chegando aos 50% de intenções de voto.

Mudanças
Uma das mudanças mais importantes ocorreu em Curitiba, onde o senador Roberto Requião (PMDB) desistiu de concorrer e facilitou a vida do prefeito Cássio Taniguchi (PFL, 44%).
Os 30% que Requião amealhava em maio foram pulverizados entre seu herdeiro na vaga peemedebista, Maurício Requião (10%) e os outros candidatos.
Em Maceió também houve mudanças significativas no cenário, mas ainda sem um impacto preciso nas intenções de voto.
A saída do segundo colocado da disputa não se refletiu em apoio à prefeita Kátia Born (PSB, 29%). Se concorresse, segundo a pesquisa, Pastor João Luiz (PPB) teria 19%. Por decisão do clã Farias, que domina o PPB local, ele desistiu para apoiar José Thomas Nonô (PFL, 6% em um dos cenários pesquisados no dia 28). Paulão (PT) vem em segundo, com 15%.
Em São Luís, o quadro ainda estava em mutação no começo da noite de sexta, quando o PSB resolveu lançar José Antônio como candidato em uma disputa acirrada na convenção, mas com pouco impacto eleitoral agora. O candidato não atingiu 1% das intenções -número do outro postulante do partido, Anderson Lago.
Enquanto isso, o prefeito Jackson Lago (PDT) segue na frente, com 38% das intenções de voto. José Raimundo Rodrigues (PTB) vem depois, com 29%, e João Castelo, do PSDB, obtém 17% das preferências. Lago recebeu o apoio, nesta semana, do PFL da governadora Roseana Sarney. O pré-candidato pefelista, Pedro Fernandes, estava na casa dos 2% das intenções.


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