São Paulo, sexta-feira, 02 de julho de 2004

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PAINEL

O que é do gosto
Lula vai comemorar um ano e meio de governo fazendo o que mais gosta: reunião ministerial. Como de hábito, para "cobrar resultados". O encontro acontecerá no início da semana.

Martelo batido
Foi resolvida a divergência entre os ministérios do Desenvolvimento e da Defesa sobre a compra de armas pelas Forças Armadas, último ponto que faltava para o presidente assinar o estatuto do desarmamento. Ganhou Luiz Fernando Furlan: não haverá reserva de mercado.

Andar acima
Está nas mãos de José Dirceu e de Lula a questão do reajuste militar. Defesa e Planejamento desistiram de se entender. José Viegas não se sente em condições de bancar os percentuais sugeridos por Guido Mantega.

Próprio veneno
A arma usada pelo PT na era FHC voltou-se contra Lula: o ministro Marco Aurélio deu liminar a ação direta de inconstitucionalidade do PFL contra a contratação temporária de técnicos para o Cade, como o STF havia feito no governo passado com contrações tucanas.

Restos a pagar
O "Diário Oficial" registrou ontem a nomeação, para uma diretoria dos Correios, de Robinson Viana da Silva. Vem a ser suplente do senador Ney Suassuna (PMDB-PB), que ameaçou votar contra o mínimo de R$ 260 e depois mudou de idéia.

Outra turma
Pegou mal entre deputados petistas da Comissão de Direitos Humanos a ida de Dirceu a jantar em sua homenagem na casa de João Alberto (PSDB-TO). O Ministério Público investiga o senador por suspeitar de trabalho escravo em sua fazenda.

Fora do alvo
Exceto pelos ataques da "aliada" Jandira Feghali (PC do B) no Rio, Lula foi relativamente poupado na primeira rodada de debates televisivos entre candidatos a prefeitos de capitais.

Cresceu no debate
Erundina ficou mais alta do segundo para o terceiro bloco do debate de ontem na Globo. A produção do programa cuidou de atenuar a diferença entre a ex-prefeita e seus adversários.

Cruzamento 1
Do Datafolha sobre a imagem dos candidatos: entre os que preferem um prefeito de muitas realizações, ainda que não de todo honesto, 47% planejam votar em Maluf, 18% em Serra, 16% em Marta e 8% em Erundina.

Cruzamento 2
Entre os eleitores paulistanos que preferem menos feitos e mais honestidade, 35% optam por Serra, 22% por Marta, 15% por Maluf e 8% por Erundina.

Cruzamento 3
Dos eleitores que dizem basear a escolha nas características pessoais do candidato, 33% votam em Serra, 28% em Maluf, 15% em Marta e 7% em Erundina.

Na crista
José Serra encarou ontem um compromisso de campanha compatível com sua situação nas pesquisas: ao lado do deputado tucano Turco Loco, foi "pegar onda" em uma feira de surfe.

Volta a fita
Antes de apoiar Erundina (PSB), Orestes Quércia exibiu a vereadores de seu partido um trecho de Marta Suplicy no "Roda Viva": "Não poderia ter confiança num vice do PMDB".

Fora do gancho
A prefeita telefonou três vezes para Quércia na quarta-feira. O ex-governador não atendeu.

Visita à Folha
Edevaldo Alves da Silva, presidente da UniFMU - Faculdades Metropolitanas Unidas, visitou ontem a Folha.

TIROTEIO

De Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), sobre o declínio do governo Lula nas pesquisas:
-A lógica do pileque rege este governo. Em 2002, foi o porre das urnas. Em 2003, os primeiros tropeços administrativos. Em 2004, virá a ressaca eleitoral. Se, em 2005, não houver um rebate, 2006 será o ano da saideira.

CONTRAPONTO

Gritos e sussurros

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foi um dos mais animados participantes do almoço oferecido em março passado, na Pinacoteca do Estado, ao primeiro-ministro português, José Manuel Durão Barroso, que visitava a capital.
No bate-papo com os convivas, o tucano falou de tudo com bom-humor e disposição. Do lado de fora, os jornalistas aguardavam o término do evento para tentar entrevistar FHC.
Queriam ouvi-lo, entre outros temas, sobre Waldomiro Diniz, o ex-assessor do Palácio do Planalto flagrado negociando propina. O caso tinha sido revelado menos de um mês antes.
A pedido dos repórteres, um dos assessores presentes transmitiu a Fernando Henrique a solicitação de entrevista.
-Eu até gostaria de falar, mas estou completamente afônico- murmurou o ex-presidente com um súbito fiapo de voz.


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