São Paulo, sexta-feira, 02 de julho de 2004

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Tática de Maluf é atacar tucano e poupar Marta

DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-prefeito Paulo Maluf (PP) tem direcionado seus ataques ao candidato tucano, José Serra, no início de campanha à sucessão de Marta Suplicy (PT) em São Paulo.
Maluf, que tem chamado o ex-ministro da Saúde de "Vampiro", calcula que é melhor enfrentar Marta num eventual segundo turno do que Serra. "Nosso plano de saúde não terá vampiros", repete Maluf em suas visitas à periferia.
Vampiro é uma referência à operação da Polícia Federal para investigar fraudes no Ministério da Saúde. Serra foi titular da pasta no governo FHC (1995-2002).
O cálculo de Maluf sobre o segundo turno tem base no índice de rejeição da prefeita (42%), que rivaliza com o seu (48%), segundo o Datafolha. Já Serra tem um percentual de rejeição inferior (10%).
Maluf evita citar Marta, embora faça críticas à gestão dela. "Com Paulo Maluf, vocês terão médicos nos hospitais, a cidade será melhor", diz o ex-prefeito, que usa a terceira pessoa para falar de si.
Quando o assunto é o tucano, o tom é outro: "Serra é igual a juros altos. Serra é igual a desemprego", disse Maluf no programa de TV do PP, exibido no mês passado.
Ontem, em Perus (zona norte), o alvo foi o principal cabo eleitoral de Serra, o governador Geraldo Alckmin (PSDB). Embalado por um estudante, que reclamou de greve em faculdade estadual, completou: "Alckmin diz que fez, diz que fez, mas não faz nada".
Maluf ainda fez um pacote de promessas e deixou o bairro com um rádio-relógio de R$ 15. "É para meu neto", disse, após questionar o vendedor sobre o produto. "Não dura uma semana", rebateu um dos assessores. Maluf prometeu que, se eleito, o Carnaval paulista será melhor que o do Rio.
Maluf é investigado por suposto superfaturamento de obras e envio ilegal de milhões de dólares para o exterior -o que ele nega.
Nesta semana, o relator da CPI do Banestado, José Mentor (PT-SP), disse que não chamará Maluf para depor sobre a remessa de dólares. Apesar dos quilos de papéis bancários enviados pela Suíça ao país, Mentor não vê elementos que justifiquem a convocação.
(LILIAN CHRISTOFOLETTI)

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