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Tática de Maluf é atacar
tucano e poupar Marta
DA REPORTAGEM LOCAL
O ex-prefeito Paulo Maluf (PP)
tem direcionado seus ataques ao
candidato tucano, José Serra, no
início de campanha à sucessão de
Marta Suplicy (PT) em São Paulo.
Maluf, que tem chamado o ex-ministro da Saúde de "Vampiro",
calcula que é melhor enfrentar
Marta num eventual segundo turno do que Serra. "Nosso plano de
saúde não terá vampiros", repete
Maluf em suas visitas à periferia.
Vampiro é uma referência à
operação da Polícia Federal para
investigar fraudes no Ministério
da Saúde. Serra foi titular da pasta
no governo FHC (1995-2002).
O cálculo de Maluf sobre o segundo turno tem base no índice
de rejeição da prefeita (42%), que
rivaliza com o seu (48%), segundo
o Datafolha. Já Serra tem um percentual de rejeição inferior (10%).
Maluf evita citar Marta, embora
faça críticas à gestão dela. "Com
Paulo Maluf, vocês terão médicos
nos hospitais, a cidade será melhor", diz o ex-prefeito, que usa a
terceira pessoa para falar de si.
Quando o assunto é o tucano, o
tom é outro: "Serra é igual a juros
altos. Serra é igual a desemprego",
disse Maluf no programa de TV
do PP, exibido no mês passado.
Ontem, em Perus (zona norte),
o alvo foi o principal cabo eleitoral
de Serra, o governador Geraldo
Alckmin (PSDB). Embalado por
um estudante, que reclamou de
greve em faculdade estadual,
completou: "Alckmin diz que fez,
diz que fez, mas não faz nada".
Maluf ainda fez um pacote de
promessas e deixou o bairro com
um rádio-relógio de R$ 15. "É para meu neto", disse, após questionar o vendedor sobre o produto.
"Não dura uma semana", rebateu
um dos assessores. Maluf prometeu que, se eleito, o Carnaval paulista será melhor que o do Rio.
Maluf é investigado por suposto
superfaturamento de obras e envio ilegal de milhões de dólares
para o exterior -o que ele nega.
Nesta semana, o relator da CPI
do Banestado, José Mentor (PT-SP), disse que não chamará Maluf
para depor sobre a remessa de dólares. Apesar dos quilos de papéis
bancários enviados pela Suíça ao
país, Mentor não vê elementos
que justifiquem a convocação.
(LILIAN CHRISTOFOLETTI)
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