São Paulo, sexta-feira, 02 de julho de 2004

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Dividido, PPS formaliza seu apoio a Serra em SP

DA REPORTAGEM LOCAL

O PPS formalizou ontem seu apoio ao candidato do PSDB em São Paulo, José Serra. Com ataques ao governo Lula e ao PT, o presidente do partido, deputado Roberto Freire (PE), disse ser necessário formar uma "nova frente democrática" e afirmou que não aceitará "patrulhamento" do PT.
"O PPS não é atrelado, alinhado ou subalterno ao PT. O PT é livre para decidir seu caminho, como nós também somos livres", disse.
À tarde, o deputado federal João Herrmann Neto (SP), ligado ao ministro Ciro Gomes (Integração Nacional), contrário à aliança, anunciou que vai entrar com recurso na Justiça Eleitoral, pedindo a impugnação da decisão.
"Houve uma traição. Isso é uma venda explícita do partido", disse. Segundo ele, a decisão da Executiva de se aliar aos tucanos é um desrespeito ao diretório municipal, que optou pela candidatura própria. "A Executiva não está acima do diretório, portanto ela não tem poder para decidir isso."
O apoio a Serra expõe uma disputa entre Roberto Freire e Ciro Gomes pelo controle do partido. Há pelo menos dois meses, o PT, com a ajuda de Ciro, vinha tentando atrair o PPS para uma composição com a prefeita Marta Suplicy (PT). Freire era contrário.
Ciro então articulou a pré-candidatura de Herrmann (SP), alinhado à base de Lula, que perdeu a convenção do partido para o deputado estadual Arnaldo Jardim, aliado do governador Geraldo Alckmin (PSDB). "Ele [Ciro] tem dificuldade de entender a cultura do velho Partidão [PCB, substituído pelo PPS]. Há decisões tomadas pelo partido Brasil afora de que eu discordo, mas, como presidente, respeito", afirmou Freire.
O ato de ontem contou com a presença de Serra, de Alckmin e de lideranças do PFL, que indicou o vice do tucano, além de Freire.
O deputado disse ainda que a aliança é "um reencontro histórico", pois, segundo ele, PSDB e PPS são herdeiros da AP (Ação Popular) e do PCB, que estiveram juntos desde os anos 60. Em 1963, Serra, então da AP, foi eleito presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes), com o apoio do PCB. (MFM)


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