São Paulo, sexta-feira, 02 de julho de 2004

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ELEIÇÕES 2004/DEBATES

Prefeita, Serra e Maluf não foram; Erundina, Rossi e Paulinho evitaram trocar críticas, mas não pouparam a gestão da petista

Sem líderes, debate centra fogo em Marta

RICARDO WESTIN
DA REPORTAGEM LOCAL

O primeiro debate entre os candidatos a prefeito de São Paulo foi esvaziado. José Serra (PSDB), Paulo Maluf (PP) e Marta Suplicy (PT) se recusaram a participar do programa, realizado ontem de manhã pela Rede Globo.
Sem os favoritos, Luiza Erundina (PSB), Francisco Rossi (PHS) e Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (PDT), limitaram-se a fazer um debate morno.
Em tom diplomático, evitaram trocar críticas. Mas se uniram nos ataques à gestão de Marta e à ausência da prefeita, de Maluf e de Serra no debate.
Favoritos nas pesquisas de intenção de voto, eles recusaram o convite da Globo sob o argumento de que participarão de debates políticos somente a partir de agosto. Lugares foram reservados aos três, mas ficaram vagos durante o programa.
"É estranho que três pessoas que não conseguiriam ficar juntas nem durante dez segundos na mesma sala tenham feito um acordo assim", disse Paulinho logo no início do debate.
Para Rossi, foi um "pacto de desprezo à opinião pública". Erundina disse que Serra, Maluf e Marta "se imaginam muito importantes, já eleitos".
Os ausentes foram criticados até pelo mediador do debate, o jornalista Chico Pinheiro. Depois do programa, ele disse que os políticos têm medo de responder a "perguntas que não passaram pelo crivo dos marqueteiros". "A ausência deles foi um deboche aos eleitores", afirmou.

Elogio e críticas
Sem os candidatos mais fortes, o programa não teve as trocas de acusações que normalmente permeiam os debates políticos. Luiza Erundina chegou a elogiar a promessa feita por Paulinho de criar em toda a cidade cooperativas que encaminhariam desempregados ao trabalho.
A gestão de Marta Suplicy foi criticada pelos três. Todos prometeram acabar com a taxas da luz e do lixo. Erundina disse que a prefeita conseguiu maioria na Câmara Municipal de forma antiética. Paulinho afirmou que Marta não construiu os shoppings populares prometidos para abrigar camelôs. Rossi afirmou que um prefeito tem que fazer parceiras com o Estado e com a União, e não ficar preocupado em "marcar sua administração com grandes obras".
Erundina destacou sua experiência como prefeita de São Paulo (1989-92). Rossi citou que em 1994 chegou ao segundo turno na disputa pelo governo de São Paulo. Paulinho chamou a atenção para seus trabalhos à frente da Força Sindical.
Ao ser questionado por Rossi, Paulinho teve que admitir que não conhece o Estatuto das Cidades, aprovado pelo Congresso Nacional em 2001.


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