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LDO será alvo de protesto da oposição
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A votação da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) no Congresso vai revelar mais uma vez a
queda-de-braço em torno da liberação de verbas para as emendas
parlamentares. O PSDB e o PFL
dizem que tentarão barrar a votação para pressionar o governo a
elevar o percentual de atendimento das emendas oposicionistas.
"A votação vai ser uma guerra,
já avisei à liderança do governo
que não conseguimos fazer acordo com a oposição e que, por isso,
precisamos de quórum alto para
votarmos", disse o presidente da
Comissão Mista de Orçamento,
Paulo Bernardo (PT-PR).
A LDO foi enviada ao Congresso em abril e traz os parâmetros
econômicos em torno dos quais o
governo vai elaborar o Orçamento para 2005. Entre eles, estão a
manutenção do superávit primário (economia para pagamento de
juros da dívida) de 4,25% do PIB
(Produto Interno Bruto), a previsão de queda dos juros -hoje em
16% ao ano- para 11,75% em dezembro de 2005 e o crescimento
do PIB em 4% no ano que vem.
A insatisfação dos oposicionistas se deve a levantamentos que
mostram que o governo vem, até
o momento, privilegiando emendas de partidos governistas. Até o
último dia 25, por exemplo, governistas como o PTB, o PP, o PL,
o PPS, o PMDB e o PT tiveram o
empenhos (compromisso de gasto) que vão de 45% a 59% das verbas relativas às suas emendas. Já
PFL, PSDB e PDT não passaram
de 10% cada um.
"O governo fez um acordo com
a gente de que liberaria um terço
das emendas do PSDB, o que eliminaria esse sentimento de discriminação que existe. Até agora,
porém, não vimos nada. Se não
cumprirem, não vamos cumprir
nossa parte do acordo", afirmou o
deputado Alberto Goldman (SP),
que lidera o PSDB na comissão.
Ele se refere à possibilidade de o
partido usar mecanismos regimentais que atrasam e, em alguns
casos, inviabilizam as votações. O
quórum na comissão de Orçamento é sempre trabalhoso para o
governo, já que é necessário reunir deputados e senadores.
"Isso é conversa. O governo tem
liberado emendas para prefeituras e governadores da oposição",
disse o presidente do PT, José Genoino. O governo nega direcionamento e diz que os ministérios são
os responsáveis pela liberação das
emendas parlamentares.
(RB)
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