São Paulo, quarta-feira, 02 de julho de 2008

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Relator se diz "insatisfeito" com a defesa de Paulinho

Conselho de Ética convocará 9 pessoas para depor no caso que apura fraude no BNDES

Ao depor na Justiça, coronel confirma que a expressão "chefe maior", que usou em telefonemas gravados pela PF, era menção a deputado

MARIA CLARA CABRAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O deputado Paulo Piau (PMDB-MG), relator do processo contra Paulo Pereira da Silva (PDT-SP) no Conselho de Ética, disse que a defesa escrita do pedetista não o satisfez.
Para dirimir as "diversas" dúvidas que ainda permanecem, o relator quer ouvir nove pessoas citadas no caso que investiga irregularidades no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Entre elas, estão Elza de Fátima Pereira, mulher de Paulinho e presidente da ONG Meu Guri, o advogado Ricardo Tosto, ex-conselheiro administrativo do BNDES, o prefeito de Praia Grande, Alberto Mourão (PSDB), João Pedro de Moura, ex-assessor de Paulinho, e o coronel reformado da Polícia Militar Wilson Consani Júnior.
Para Piau, o conteúdo da defesa escrita do deputado -com ataques ao corregedor-geral da Câmara, Inocêncio Oliveira (PR-PE), à imprensa e ao PSOL, partido do autor da representação contra Paulinho- pode ser uma estratégia proposital da defesa. "Não estou satisfeito [com a defesa], muitas dúvidas permanecem", disse.
O advogado do deputado, Leônidas Scholz, disse que a linha da defesa é a de que não existem provas e que o processo é baseado em recortes de jornais. O depoimento de Paulinho no conselho foi marcado para a próxima terça.

Interrogatório
O coronel Consani foi interrogado ontem pelo juiz Marcio Ferro Catapani, da 2ª Vara Federal Criminal de São Paulo. O coronel confirmou que a expressão "chefe maior", que usou em telefonemas interceptados pela PF, era referência ao deputado Paulinho.
O coronel alegou que, no telefonema que deu a assessores de Paulinho na noite anterior à deflagração avisando sobre uma ação policial, ele não se referia à Operação Santa Tereza. A PF suspeita de vazamento de informação. Segundo o coronel, ele fora contratado por Paulinho para averiguar supostas ameaças contra uma filha do congressista.
Depois do coronel, foi ouvido o empresário Boris Timoner. O processo corre em segredo de Justiça.


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