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DEPOIS DA CÚPULA
Líder cubano vai a encontro de estudantes
Fidel vê Itamar e se queixa dos EUA
da Agência Folha,
em Belo Horizonte
O presidente de Cuba, Fidel
Castro, 72, participou ontem
do 46º Congresso da UNE
(União Nacional dos Estudantes), em Belo Horizonte, e encontrou-se com o governador
Itamar Franco (PMDB), no Palácio da Liberdade, onde foi recebido com honras militares.
Foi a primeira vez que um
presidente de um país participou de um congresso da UNE.
Por isso, e também pela "afinidade ideológica" com dirigentes da UNE, ligados ao PC do B,
Fidel recebeu a placa de presidente honorário da entidade
estudantil. Com Itamar, Fidel
conversou por quase uma hora.
Ao discursar no congresso,
Fidel Castro reclamou da supressão de uma condenação
explícita a uma lei anti-Cuba na
Declaração do Rio de Janeiro,
documento final do encontro
entre os países da América Latina, Caribe e Europa.
Pela Lei Helms-Burton, aprovada em 1996, a Justiça dos
EUA pode punir empresas que
por investimentos em Cuba.
Mesmo assim, disse que sentia "alegria e orgulho" de saber
que alguns países da América
Latina e do Caribe têm interesses comuns e que via "esperança", apesar das "contradições
inquestionáveis" com os EUA.
Fidel também falou longamente sobre o ataque ocidental
à Iugoslávia. Condenou a participação de vários países europeus no que chamou de "genocídio contra um povo" e indagou qual será a atitude desses
países quando os EUA agirem
sozinho contra algum país.
Sobre o que chamou de "hipocrisia" da Otan, Fidel disse
que Cuba sempre resistirá, como está resistindo "há 40
anos", "se um dia alguma bomba cair" sobre o seu país.
"O comportamento do nosso
povo será tão heróico como foi
o comportamento dos sérvios", disse, ao fechar o discurso com o tradicional "até a vitória, sempre".
(PAULO PEIXOTO)
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