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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/A QUEDA
Presidente do PL abre mão do mandato para preservar direitos; Dirceu depõe hoje
Crise derruba 1º deputado; Valdemar, do PL, renuncia
As denúncias de um esquema de drenagem de recursos públicos e privados para pagamento de mesadas a
parlamentares da base aliada (o chamado "mensalão"),
que vieram a público há 58 dias, já haviam derrubado
ministros de Estado, dirigentes partidários, assessores
parlamentares e funcionários de estatais. Ontem, provocaram a primeira queda no Congresso.
Após confirmar que recebeu dinheiro do publicitário
Marcos Valério Fernandes de Souza, o deputado federal
Valdemar Costa Neto, 55, presidente nacional do PL, renunciou ao seu mandato. Com isso, quis evitar o risco de
ter os direitos políticos cassados. Poderá concorrer nas
eleições do ano que vem e tentar voltar à Câmara.
Senadores e deputados, tanto da situação quanto da
oposição, acreditam que o gesto de Valdemar poderá ser
seguido por outros parlamentares implicados na maior
crise política desde que Luiz Inácio Lula da Silva assumiu a Presidência, em 2003.
Há uma lista de cerca de 20 deputados que podem ter
seus mandatos encerrados, por conexões com o esquema. Um deles dará um depoimento cercado de expectativas hoje: o ex-ministro da Casa Civil e deputado federal
José Dirceu (PT). Ele tentará comprovar no Conselho de
Ética da Câmara que não sabia do "mensalão".
Declarações de funcionários da SMPB, agência de
Marcos Valério, indicam autorização de saques para Roberto Marques, um dos principais assessores de Dirceu.
A situação do petista ficou mais complicada com a informação de que sua ex-mulher Maria Ângela Saragoça foi
contratada em 2003 pelo BMG e obteve um empréstimo,
um mês depois, no Banco Rural. As duas instituições financeiras seriam os principais escoadouros do "mensalão", segundo investigações realizadas.
Dirceu deve ser contraposto pelo deputado Roberto
Jefferson (PTB), autor da denúncia do "mensalão" e
também um parlamentar que pode perder o mandato.
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