DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL

Em resposta à Folha, por meio da assessoria de imprensa, o presidente Lula condenou os seqüestros praticados pelas Farc e disse ser "incompatível" a ligação de qualquer grupo político com atividades criminosas.
O chefe-de-gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, disse que nunca teve "contato pessoal com nenhum dos integrantes das Farc no Brasil". "Não recebi em audiência, nem jamais recebi ou enviei mensagem eletrônica ou de outra natureza ao padre Olivério Medina", afirmou.
Selvino Heck disse que foi procurado no final de 2005 por integrantes de movimentos em defesa dos direitos humanos, "que denunciavam as péssimas condições de prisão" de Medina.
Ele comunicou a situação a Gilberto Carvalho, que intercedeu para melhorar as condições carcerárias de Medina, "em cela comum, sem direito a banho de sol diário, com ameaça de morte". "Solicitei a intervenção de nossa Secretaria de Direitos Humanos", explicou.
Segundo ele, a "gratidão que o padre Olivério Medina manifesta em suas mensagens só pode estar relacionada a esses fatos". Já o assessor internacional Marco Aurélio Garcia observou que se empenhou para que "as Farc não participassem do Foro de São Paulo".
"As Farc tiveram presença no Foro em seus primeiros anos, quando estavam negociando publicamente com o então presidente da Colômbia, Andrés Pastrana, e com representantes da comunidade européia", lembrou.
O jornalista Breno Altman confirmou que manteve contato com o guerrilheiro José Luis em Havana, em junho de 2005, quando participava de um congresso internacional de combate ao terrorismo. Disse que buscava contato com Manuel Marulanda -comandante das Farc morto em abril- "para um livro de entrevistas com líderes de esquerda da América Latina". Mas negou o uso do nome do ex-ministro José Dirceu. (AM e CDS)


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