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PF vê elo de firmas investigadas com fundação
Empreiteiras têm mesmo endereço de empresa suspeita de desviar verba da Petrobras para entidade no MA
Dida Sampaio - 3.jul.09/Agência Estado
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O empresário Fernando Sarney, que foi investigado pela polícia
DO ENVIADO A SÃO LUÍS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO LUÍS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM IMPERATRIZ (MA)
Três empresas investigadas
na Operação Boi Barrica funcionam no mesmo endereço da
MC Consultoria, suspeita de
desviar verba da Petrobras repassada à Fundação José Sarney. As empreiteiras Lupama,
Planor e Proplan são acusadas
pela Polícia Federal de integrar
um esquema de desvio de recursos públicos em estatais.
Segundo a PF, a fraude era
comandada pelo empresário
Fernando Sarney, principal alvo da Boi Barrica (rebatizada de
Faktor) e indiciado no dia 15.
Ele é filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP),
que dá nome à fundação. O empresário nega as acusações.
A empreiteira Lupama não
possui estrutura para fazer
construções, diz a PF. Mas, por
meio de sub-empreitada, assumiu contrato de R$ 46 milhões
para trecho da ferrovia Norte-Sul, sob responsabilidade da estatal Valec-Engenharia, Construções e Ferrovias.
Conforme a PF, Fernando
era o "mentor intelectual" de
uma quadrilha que incluiria
dois empresários ligados a ele,
Gianfranco Vitorio Artur Perasso e Flávio Barbosa Lima. Os
dois são os donos da Lupama,
da Proplan e da Planor.
Ainda na Boi Barrica, a PF diz
que Fernando fazia tráfico de
influência na Valec em "contatos promíscuos" com o diretor
de engenharia, Ulisses Assad.
Aí entra a conexão com a
Fundação José Sarney. A Petrobras repassou R$ 1,34 milhão à entidade de 2005 a 2008
para recuperação de livros e
acervo do museu da entidade.
Para tocar os projetos, a fundação contratou várias empresas. Uma delas foi a MC Consultoria, que recebeu R$ 40 mil,
mas o seu proprietário, Marco
Aurélio Bastos Cavalcanti, não
sabe explicar com clareza que
trabalho prestou à entidade.
O Ministério Público Estadual, que reprovou as contas da
fundação nesta semana, diz que
MC Consultoria foi contratada
para serviços que não têm a ver
com área de contabilidade.
Contador e advogado, Cavalcanti trabalha na TV Mirante,
afiliada da Rede Globo, que pertence à família Sarney. Ele disse ter alugado a sede da MC de
Flávio Lima, o empresário que
atuaria com Fernando. O contador afirmou ainda que faz
contabilidade da Proplan.
Com sede em São Paulo, conforme cadastro da Receita Federal, a Proplan é suspeita de
desviar R$ 2,6 milhões da obra
de despoluição da lagoa de Jansen em São Luís. A PF interceptou um e-mail da empresa que
faz menção a documentos de
"Fernando J. M. Sarney" no arquivo da Proplan.
Além do endereço em São
Luís, a Lupama tem sede, segundo a Receita, em Imperatriz. O local fica num bairro pobre e sem saneamento básico.
Durvalina Pessoa da Silva,
55, que mora na pequena casa
de alvenaria há 20 anos, disse
que seu marido, Modesto de
Freitas, apenas cedeu o endereço a Flávio Lima. Segundo ela,
na casa não há atividades da
empresa. "Aqui só chega a correspondência."
(HUDSON CORRÊA, RODRIGO VARGAS E JOÃO CARLOS MAGALHÃES)
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