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Proposta de reforma veta propaganda de obra em ano eleitoral
Após discussão, a maioria dos líderes dos partidos no Senado acata emenda a projeto que pode ser votado hoje no plenário
Proposta proíbe ampliação de programas sociais no ano do pleito; publicidade paga em site noticioso é apenas permitida para presidente
FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O projeto de reforma eleitoral que está na pauta de hoje do
Senado tem dois pontos que
vão amarrar o governo federal e
os governos estaduais em 2010.
Emenda acatada ontem pelos relatores e líderes de quase
todos os partidos proíbe publicidade oficial que mostre inauguração de obras ou lançamento de pedra fundamental.
A partir de 3 de abril de 2010,
portanto, o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva estaria
proibido de mostrar na TV
obras do PAC (Programa de
Aceleração do Crescimento),
Minha Casa, Minha Vida ou
projetos relacionados ao pré-sal, por exemplo. Os três programas serão o motor da candidatura à Presidência da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil).
Mas o mesmo se aplicaria aos
governadores tucanos de São
Paulo, José Serra, e Minas Gerais, Aécio Neves, hoje os principais polos de oposição ao PT.
Outra emenda aceita no projeto proíbe a ampliação de programas sociais no ano eleitoral
-hoje, é vedada apenas a criação de novos programas. Mas
os governos acabam burlando a
lei sob o argumento de que não
estão iniciando novas ações, somente fazendo uma ampliação.
Agora, a porta se fecha. A versão original da emenda era
mais dura, proibindo também
reajuste no valor dos benefícios
de programas como o Bolsa Família. Mas o líder do PT, Aloizio
Mercadante (SP), foi contra. "O
que acontece se o ano eleitoral
for um ano de grande inflação?
O trabalhador não pode arcar
com essa perda", declarou.
Os senadores querem encerrar hoje a tramitação do projeto
na Casa. Pela manhã haverá
reunião conjunta das comissões que analisam a matéria, a
de Constituição e Justiça, cujo
relator é Marco Maciel (DEM-PE), e a de Ciência e Tecnologia, cujo relator é Eduardo Azeredo (PSDB-MG). À tarde o
projeto deve ir ao plenário.
Como haverá modificações, o
projeto terá de voltar à Câmara
para mais uma votação. Para
valer já na eleição de 2010, ela
precisaria ser sancionada por
Lula até o início de outubro.
Outras modificações foram
acertadas pelos senadores. A
propaganda paga na internet
passa a ser permitida em sites
noticiosos, mas apenas para
presidente da República. "Começamos com a eleição para
presidente como um teste, e
nas eleições seguintes isso pode
ser ampliado", diz Azeredo.
Doações poderão ser feitas
por internet ou telefone e mediante cartão de crédito ou débito. Também se alterou a legislação sobre cassações de
mandatos de cargos majoritários. Se o mandato não tiver
chegado à metade, haverá nova
eleição. Não houve acordo sobre o que ocorre se a perda do
cargo ocorrer na metade final.
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