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ABCD
Espera em filas em Rio Grande da Serra e Ribeirão Pires chega a oito horas
Urnas falham e atrasam eleição
DA REPORTAGEM LOCAL
Duas cidades da região do
ABCD paulista tiveram problemas com as urnas eletrônicas, o
que atrasou o início e o término
da votação.
Em Ribeirão Pires, mais de 40%
das urnas tiveram problemas. Das
144 máquinas, 60 apresentaram
defeito na geração de dados, que
alimenta as urnas com tabelas de
eleitores e candidatos, e tiveram
de ser substituídas. A cidade tem
69.191 eleitores.
Em algumas seções, foi adotada
a votação manual, mas, como não
havia cédulas suficientes para todas, o início da votação foi atrasado. Só às 16h40 é a que a última
urna com problema foi liberada
para começar a votação.
O mesmo problema ocorreu em
Rio Grande da Serra, que tem
27.949 eleitores, onde mais de
50% das urnas apresentaram problemas. Das 56 máquinas, 30 tiveram de ser substituídas. A última
urna com defeito ficou habilitada
a partir das 17h.
Cinco funcionários do TRE-SP
(Tribunal Regional Eleitoral) foram enviados para a região para
sanar os problemas. O presidente
do tribunal, Júlio César Viseu Júnior, prorrogou o final da votação
nos dois municípios, que deveria
ser às 17h, para as 20h.
Os eleitores de Ribeirão Pires
estavam revoltados. Alguns chegaram às 8h e conseguiram votar
somente às 16h.
""Entrei às 8h na fila para aproveitar o domingo e descansar.
Consegui votar depois das 16h",
diz a estudante Kelly Cristina, 18,
que votou no colégio Ruth Neves.
Segundo ela, durante as oito horas de fila ninguém lhe deu explicação. ""Falavam apenas que era
um problema técnico e que seria
resolvido em breve."
Revoltados estavam também
Claudio Miranda Santos e Gustavo Bertolino. Eles optaram por
comparecer à tarde (14h) à fila no
externato Nerina Adelfa. ""Já estamos em pé aqui há mais de cinco
horas", reclamavam às 19h30.
São Paulo
Em São Paulo, das 13.968 urnas
eletrônicas, 700 (cerca de 5%)
apresentaram problemas. Desse
total, 691 foram substituídas e em
nove seções a votação passou a ser
manual, para não atrapalhar o
prosseguimento da eleição.
Segundo o diretor-geral do
TRE, Fabio Bellucci, esses números estão dentro do previsto pelo
órgão, já que todas as urnas da capital são de 1996, primeiro ano em
que a eleição foi eletrônica na cidade de São Paulo.
Mesmo assim, os defeitos ficaram bem acima dos totais do Brasil. Segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), das 325.501 urnas, 2.200 (0,7% do total) foram
substituídas em todo o país. Este é
o primeiro ano em que a eleição
foi eletrônica em todo o Brasil.
Em 1998, quando foram utilizadas urnas eletrônicas somente nas
cidades com mais de 40 mil habitantes, os casos de problemas chegaram a 2%.
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