São Paulo, segunda-feira, 02 de outubro de 2000

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ABCD
Espera em filas em Rio Grande da Serra e Ribeirão Pires chega a oito horas
Urnas falham e atrasam eleição

DA REPORTAGEM LOCAL

Duas cidades da região do ABCD paulista tiveram problemas com as urnas eletrônicas, o que atrasou o início e o término da votação.
Em Ribeirão Pires, mais de 40% das urnas tiveram problemas. Das 144 máquinas, 60 apresentaram defeito na geração de dados, que alimenta as urnas com tabelas de eleitores e candidatos, e tiveram de ser substituídas. A cidade tem 69.191 eleitores.
Em algumas seções, foi adotada a votação manual, mas, como não havia cédulas suficientes para todas, o início da votação foi atrasado. Só às 16h40 é a que a última urna com problema foi liberada para começar a votação.
O mesmo problema ocorreu em Rio Grande da Serra, que tem 27.949 eleitores, onde mais de 50% das urnas apresentaram problemas. Das 56 máquinas, 30 tiveram de ser substituídas. A última urna com defeito ficou habilitada a partir das 17h.
Cinco funcionários do TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral) foram enviados para a região para sanar os problemas. O presidente do tribunal, Júlio César Viseu Júnior, prorrogou o final da votação nos dois municípios, que deveria ser às 17h, para as 20h.
Os eleitores de Ribeirão Pires estavam revoltados. Alguns chegaram às 8h e conseguiram votar somente às 16h.
""Entrei às 8h na fila para aproveitar o domingo e descansar. Consegui votar depois das 16h", diz a estudante Kelly Cristina, 18, que votou no colégio Ruth Neves.
Segundo ela, durante as oito horas de fila ninguém lhe deu explicação. ""Falavam apenas que era um problema técnico e que seria resolvido em breve."
Revoltados estavam também Claudio Miranda Santos e Gustavo Bertolino. Eles optaram por comparecer à tarde (14h) à fila no externato Nerina Adelfa. ""Já estamos em pé aqui há mais de cinco horas", reclamavam às 19h30.

São Paulo
Em São Paulo, das 13.968 urnas eletrônicas, 700 (cerca de 5%) apresentaram problemas. Desse total, 691 foram substituídas e em nove seções a votação passou a ser manual, para não atrapalhar o prosseguimento da eleição.
Segundo o diretor-geral do TRE, Fabio Bellucci, esses números estão dentro do previsto pelo órgão, já que todas as urnas da capital são de 1996, primeiro ano em que a eleição foi eletrônica na cidade de São Paulo.
Mesmo assim, os defeitos ficaram bem acima dos totais do Brasil. Segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), das 325.501 urnas, 2.200 (0,7% do total) foram substituídas em todo o país. Este é o primeiro ano em que a eleição foi eletrônica em todo o Brasil.
Em 1998, quando foram utilizadas urnas eletrônicas somente nas cidades com mais de 40 mil habitantes, os casos de problemas chegaram a 2%.


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