São Paulo, segunda-feira, 02 de outubro de 2000 |
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PANORÂMICA A TEORIA E A PRÁTICA Zona leste de São Paulo ignora lei seca e proibição das bocas-de-urna A lei seca passou longe da zona leste paulistana, e as bocas-de-urna encheram de panfletos as ruas da região. Ontem, do Tatuapé até a divisa com o município de Itaquaquecetuba, só a polícia não viu a farta distribuição de santinhos por cabos eleitorais e o comércio de bebidas alcoólicas, práticas proibidas em dias de eleição. No bairro do Cangaíba, por exemplo, três botecos e uma padaria funcionavam perto da escola estadual Dr. Vital Fogaça de Almeida, onde ocorriam votações. Todos os estabelecimentos vendiam cerveja -consumida, inclusive, pelos cabos eleitorais que trabalhavam para candidatos a vereador. Um dos que bebiam admitiu o erro. "Sei que não pode. Mas, como os bares vendem, acabo não resistindo. Está muito calor." Outro ponderou: "Concordo com a lei seca e com a proibição da boca-de-urna. Só continuo tomando umas e distribuindo esses santinhos porque sou um tremendo nó cego". Os dois afirmaram ganhar R$ 25 para espalhar folhetos de Arlindo Afonso Alves, que pleiteia uma vaga na Câmara. Poucos metros à frente dos cabos eleitorais, um soldado da PM -que deveria fazer cumprir as determinações legais- desconversou: "Meu negócio aqui é cuidar do trânsito". (DA REPORTAGEM LOCAL) Texto Anterior: Violência: Disputas viram casos de polícia Próximo Texto: FHC não intimida propaganda eleitoral Índice |
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