São Paulo, segunda-feira, 02 de outubro de 2000

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BELO HORIZONTE
Prefeito do PSB tinha 43,55% dos votos válidos com 99,78% da apuração concluída, e João Leite contava com 31,26%; Itamar Franco anunciou apoio ao atual prefeito
Célio e João Leite disputam 2º turno

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O prefeito de Belo Horizonte, Célio de Castro (PSB) vai disputar o segundo turno das eleições municipais com o candidato do PSDB, João Leite.
Apurados 99,78% dos votos, Célio aparecia na primeira colocação, com 43,55% dos votos válidos. João Leite tinha 31,26%. Na terceira colocação, aparecia a candidata do PMDB Maria Elvira, com 17,32% dos votos válidos.
O governador de Minas Gerais, Itamar Franco (sem partido), será a principal novidade no segundo turno da eleição em Belo Horizonte. Itamar pretende se engajar na disputa se aliando ao prefeito Célio de Castro (PSB), que tenta a reeleição, para derrotar João Leite, o candidato do PSDB, partido que se tornou o maior rival do governador mineiro.
Itamar votou ontem em Juiz de Fora e não deu nenhuma entrevista -ele disse que iria votar à tarde, mas driblou os jornalistas ao votar pela manhã. Ele deu uma declaração anteontem que deixou clara a sua disposição de trabalhar juntamente com Célio e o PT para impedir a vitória de Leite na capital mineira, a terceira do país em importância econômica.
"Belo Horizonte não pode cair novamente nas mãos daqueles que infelicitaram o Estado", disse Itamar, que só não aderiu à campanha de Célio antes "em respeito" à Maria Elvira (PMDB), que o apoiou na eleição de 1998 contra Eduardo Azeredo (PSDB).
Os assessores de Itamar reafirmaram ontem a disposição dele de entrar na disputa eleitoral na capital para tentar derrotar o PSDB. Outro motivo para o governador se engajar nessa campanha é a disputa que trava com o presidente Fernando Henrique Cardoso, também tucano.
O PSDB sabe que o clima da campanha tende a ser pesado e, por esse motivo, vai reformular toda a campanha de João Leite. Ao votar ontem na capital, o ministro Pimenta da Veiga (Comunicações), adversário político de Itamar e pré-candidato ao governo mineiro em 2002, já falava na mudança de postura dos tucanos.
"Vamos fazer uma reavaliação da campanha. Temos que politizar mais a disputa", afirmou o ministro, que, em julho, quando a eleição se iniciava, defendia tese contrária à que propõe agora. Antes, Pimenta defendeu que a discussão dos temas nacionais -entenda-se FHC- ficasse de fora da disputa.
Agora, o ministro quer "politizar mais" e acredita que "o aumento da popularidade do presidente vai ajudar" os candidatos tucanos país afora.
Leite, após o fechamento das urnas, disse que o PSDB "vai começar tudo de novo e fazer um trabalho que mostre claramente a diferença" entre o seu estilo e o de Célio. A busca de aliados será uma das prioridades dos tucanos. O PSDB tentará atrair o PFL e estão na mira o PTB e o PPB.
Embora a direção regional do PFL tenha resistido, devido às críticas de Leite à aliança FHC-PFL, os pefelistas podem não ter outra alternativa, até porque pode haver pressão da direção nacional para que o apoio aconteça.
O PMDB de Maria Elvira, terceira colocada na disputa, mostrou ao longo da campanha resistência em relação ao PSDB. Ela criticou o governo FHC, mas também fez críticas ao seu adversário do PSB. Mas isso, para Célio, não dificulta o entendimento. "Segundo turno é outra história. Em política, não podemos trabalhar com mágoas", disse ele.


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