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BELO HORIZONTE
Prefeito do PSB tinha 43,55% dos votos válidos com 99,78% da apuração
concluída, e João Leite contava com 31,26%; Itamar Franco anunciou apoio ao atual prefeito
Célio e João Leite disputam 2º turno
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
O prefeito de Belo Horizonte,
Célio de Castro (PSB) vai disputar
o segundo turno das eleições municipais com o candidato do
PSDB, João Leite.
Apurados 99,78% dos votos,
Célio aparecia na primeira colocação, com 43,55% dos votos válidos. João Leite tinha 31,26%. Na
terceira colocação, aparecia a candidata do PMDB Maria Elvira,
com 17,32% dos votos válidos.
O governador de Minas Gerais,
Itamar Franco (sem partido), será
a principal novidade no segundo
turno da eleição em Belo Horizonte. Itamar pretende se engajar
na disputa se aliando ao prefeito
Célio de Castro (PSB), que tenta a
reeleição, para derrotar João Leite, o candidato do PSDB, partido
que se tornou o maior rival do governador mineiro.
Itamar votou ontem em Juiz de
Fora e não deu nenhuma entrevista -ele disse que iria votar à
tarde, mas driblou os jornalistas
ao votar pela manhã. Ele deu uma
declaração anteontem que deixou
clara a sua disposição de trabalhar
juntamente com Célio e o PT para
impedir a vitória de Leite na capital mineira, a terceira do país em
importância econômica.
"Belo Horizonte não pode cair
novamente nas mãos daqueles
que infelicitaram o Estado", disse
Itamar, que só não aderiu à campanha de Célio antes "em respeito" à Maria Elvira (PMDB), que o
apoiou na eleição de 1998 contra
Eduardo Azeredo (PSDB).
Os assessores de Itamar reafirmaram ontem a disposição dele
de entrar na disputa eleitoral na
capital para tentar derrotar o
PSDB. Outro motivo para o governador se engajar nessa campanha é a disputa que trava com o
presidente Fernando Henrique
Cardoso, também tucano.
O PSDB sabe que o clima da
campanha tende a ser pesado e,
por esse motivo, vai reformular
toda a campanha de João Leite.
Ao votar ontem na capital, o ministro Pimenta da Veiga (Comunicações), adversário político de
Itamar e pré-candidato ao governo mineiro em 2002, já falava na
mudança de postura dos tucanos.
"Vamos fazer uma reavaliação
da campanha. Temos que politizar mais a disputa", afirmou o ministro, que, em julho, quando a
eleição se iniciava, defendia tese
contrária à que propõe agora. Antes, Pimenta defendeu que a discussão dos temas nacionais -entenda-se FHC- ficasse de fora da
disputa.
Agora, o ministro quer "politizar mais" e acredita que "o aumento da popularidade do presidente vai ajudar" os candidatos
tucanos país afora.
Leite, após o fechamento das urnas, disse que o PSDB "vai começar tudo de novo e fazer um trabalho que mostre claramente a diferença" entre o seu estilo e o de Célio. A busca de aliados será uma
das prioridades dos tucanos. O
PSDB tentará atrair o PFL e estão
na mira o PTB e o PPB.
Embora a direção regional do
PFL tenha resistido, devido às críticas de Leite à aliança FHC-PFL,
os pefelistas podem não ter outra
alternativa, até porque pode haver pressão da direção nacional
para que o apoio aconteça.
O PMDB de Maria Elvira, terceira colocada na disputa, mostrou
ao longo da campanha resistência
em relação ao PSDB. Ela criticou o
governo FHC, mas também fez
críticas ao seu adversário do PSB.
Mas isso, para Célio, não dificulta
o entendimento. "Segundo turno
é outra história. Em política, não
podemos trabalhar com mágoas",
disse ele.
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