São Paulo, terça-feira, 02 de outubro de 2007

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Deputado petista nega relação com campanha eleitoral de Ideli

DA AGÊNCIA FOLHA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O deputado estadual Dirceu Dresch (PT-SC) afirmou ontem que jamais assinou convênios da Fetraf-Sul (Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da Região Sul) durante o governo Lula e que nunca foi coordenador de campanhas eleitorais da senadora petista Ideli Salvatti (SC).
Dresch disse à Folha que desde 2002 não faz parte da coordenação geral da entidade e que, por isso, não cabia a ele a assinatura de convênios. "Passei a ser coordenador-adjunto para Santa Catarina, ficando mais aqui. Fazia negociações, mas na área do Plano Safra, de política agrícola."
Dresch disse que "tinha conhecimento" de diversos projetos "com juventude, com mulheres", mas afirmou que não era responsável por eles. "Na parte de prestação de contas, não fazia acompanhamento."
O deputado disse ainda que não acredita que a federação tenha forjado uma lista de presença com alunos fantasmas. "Mas, se alguém fez, é o dirigente responsável que vai ter de responder", afirmou.
Dresch negou já ter sido coordenador de campanhas de Ideli. "Quando ela se candidatou ao Senado, eu concorria como deputado. Não tinha como. Quando ela foi candidata a deputada, eu apoiava outras candidaturas, da região oeste."
Enquanto articula no bastidor para tentar impedir a instalação da CPI das ONGs no Senado, Ideli negou relação com denúncias de fraudes na Fetraf-Sul. "Tenho relação histórica com entidades do setor de agricultura familiar, que é um dos mais importantes de Santa Catarina. Fiz várias emendas para fortalecer o setor, mas nenhuma para a entidade", disse.
Em nota assinada pelo coordenador-geral Altemir Tortelli, a Fetraf-Sul afirmou ontem que "o convênio de R$ 1 milhão, assinado em 2003, para treinamento de trabalhadores rurais [em Chapecó] não existe e nunca existiu." Tortelli negou as supostas fraudes em listas. "Prezamos pela nossa história e nossa moral. Nunca houve uma orientação dessas."

CPI
Parada há quase um ano, a CPI das ONGs pode ser instalada amanhã. A proposta surgiu na época das eleições, por conta do episódio da compra de um dossiê por petistas contra tucanos. A suspeita é que o dinheiro para comprar o dossiê teria vindo do caixa de uma ONG ligada a Jorge Lorenzetti, ex-churrasqueiro de Lula. A filha dele, Natália Lorenzetti, trabalha no gabinete de Ideli Salvatti e ganha R$ 4.000 por mês.


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