São Paulo, quinta-feira, 02 de outubro de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

A hora do contracheque

Com vaga praticamente assegurada no segundo turno carioca, Eduardo Paes (PMDB) usará argumento bem concreto para atrair o apoio das siglas de esquerda. O candidato do governador Sérgio Cabral lembrará ao PT que o partido controla as secretarias estaduais de Assistência Social e Meio Ambiente. O PSB tem a de Ciência e Tecnologia. O PC do B, apoiado pelo PSB no primeiro turno, viria "por gravidade".
A conversa não se dará apenas na base da ameaça velada, mas também da promessa de reprodução, na futura administração municipal, do loteamento de cargos vigente no plano estadual. Na avaliação do PMDB, atrair o PT e agregados terá especial importância se o adversário for Fernando Gabeira (PV).



De nada. De Geraldo Alckmin a aliados, ao saber que a direção do PSDB divulgaria ontem, mesmo dia da publicação do Datafolha que detectou sua reduzida chance de ir ao segundo turno, uma nota para lhe manifestar apoio: "Agora quero que se dane!".

Dia seguinte. Está marcada para segunda a reunião em que as cúpulas do PSDB e do DEM formalizarão a aliança em torno de Gilberto Kassab no provável segundo turno contra Marta Suplicy (PT).

Marcha à ré. Os alckmistas avaliavam ontem cancelar, por "falta de clima", a caminhada com tucanos de outros Estados que marcaria, amanhã, o fim da campanha.

No escuro. A gestão Kassab deixou de publicar o relatório trimestral de número de matrículas e demanda de vagas na rede municipal de ensino e nas creches, previsto no decreto nº 47.155 de 2006. Os dados disponíveis são de junho, quando a demanda nas creches era de 110.091 vagas. Em debate no domingo passado, o prefeito falou em 80 mil. O tema foi explorado por Alckmin na campanha.

Dá que é meu. Lula desistiu de participar de almoço no sábado com candidatos do PT a prefeito e em São Paulo e na região metropolitana. As campanhas de Marta Suplicy e de Luiz Marinho (São Bernardo) disputavam, em termos pouco amistosos, o direito de sediar o evento.

Vida de poste. Com sua vitória no primeiro turno algo ameaçada em Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB) veiculou inserção de TV em que praticamente pede desculpas por não ter carisma. "Sou reservado. Mas prometo sorrir mais e piscar menos", disse.

Todos por Minas. O segundo colocado Leonardo Quintão (PMDB), que luta para forçar o segundo turno, desistiu de combater a dupla Aécio Neves-Fernando Pimentel. O candidato promete ser aliado de ambos e votar neles para qualquer cargo.

Grande família. Da candidata à Prefeitura de Porto Alegre Maria do Rosário, em resposta às críticas da adversária Luciana Genro (PSOL) ao PT: "Fico espantada porque ela ataca o nosso último prefeito, que foi o pai dela".

Fuzileiro. Durante comício em Cuiabá com a presença de Dilma Rousseff, o governador Blairo Maggi (PR-MT) disse que será "soldado" da ministra em 2010. "Quero que você se torne presidente do Brasil". Ela evitou responder.

Feudo. A Comissão de Orçamento do Congresso já se movimenta para tentar evitar que a crise financeira derrube o aumento de R$ 8 milhões para R$ 10 milhões na cota de emendas individuais. Mas os líderes já admitem que o governo ganhou um bom argumento para adiar a medida.

Visita à Folha. Rubens Ometto Silveira Mello, diretor-presidente do Grupo Cosan, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Paulo Diniz, vice-presidente financeiro, e de Marcelo Billi, da Máquina Finance PR.

com FÁBIO ZANINI e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

"Reunião para tratar da crise internacional sem o presidente do BC não faz nenhum sentido."

Do deputado JOSÉ CARLOS ALELUIA (DEM-BA), sobre a reunião de Lula com sete ministros, mas sem a presença de Henrique Meirelles, para avaliar os efeitos do crash nos EUA.

Contraponto

Momento Rivellino

A reunião da coordenação política, ontem no Planalto, foi permeada por comentários sobre o quadro eleitoral em várias cidades, com destaque para o crescimento de Gilberto Kassab em São Paulo e sua provável passagem para o segundo turno contra Marta Suplicy.
-Aí começa tudo de novo. É outra eleição-, disse Lula.
Para exemplificar, o presidente lembrou que, em 2006, Geraldo Alckmin, como Kassab agora, passou para o segundo turno num movimento de ascensão, que logo depois se inverteu para dar lugar à recuperação do petista.
Ao que o vice Zé Alencar emendou:
-E, neste contra-ataque, você contou com um companheiro seu na ponta-esquerda...


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