São Paulo, quinta-feira, 02 de outubro de 2008

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ELEIÇÕES 2008 / SÃO PAULO

No 2º turno, Marta quer colar em Kassab rótulo de "malufista"

PT planeja usar ainda mais a imagem de Lula nos programas de TV, além de insistir nas comparações entre as duas gestões

Marta sinalizou linha de ataque ao afirmar que São Paulo não pode empunhar "a bandeira do retrocesso" e eleger candidato do DEM


RANIER BRAGON
EM SÃO PAULO

SIMONE IGLESIAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Embora o discurso oficial seja o de aguardar a abertura das urnas, a campanha de Marta Suplicy (PT) já traçou nos bastidores a estratégia inicial para enfrentar Gilberto Kassab (DEM) no segundo turno.
Em uma frente, o PT fará comparações entre a atual gestão (2005-2008) com a de Marta (2001-2004), apresentará propostas e manterá a linha de usar à exaustão a imagem de Luiz Inácio Lula da Silva.
Em outra frente de críticas, a campanha da ex-prefeita vai tentar colar em Kassab o rótulo de candidato da "direita", do "atraso" e do "malufismo".
A linha de "ataque" foi sinalizada por Marta nos últimos discursos, quando afirmou que São Paulo não pode empunhar "a bandeira do retrocesso" e eleger o DEM (ex-PFL). Os petistas também tendem a relembrar a antiga aliança entre Kassab e Paulo Maluf (PP). Com isso, miram os eleitores do PSDB que são anti-malufistas e não vêem o DEM com bons olhos.

Voto a voto
Marta, que ontem fez campanha no extremo sul da cidade, voltou a dizer que espera as urnas e minimizou a vantagem que Kassab tem sobre ela nas simulações de segundo turno: "Qualquer um é difícil no segundo turno. Todos são fortes. Eu também sou forte. Então, vamos disputar voto a voto".
O marido de Marta, Luis Favre, escreveu ontem em seu blog que houve uma "cristianização" (esvaziamento) da candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) pelo governador José Serra (PSDB), interpretação que segue a linha de afagar o eleitorado tucano.
"Acabando o primeiro turno, os eleitores do PSDB deverão, entre outras coisas, definir se as afirmações de Alckmin sobre a trajetória malufista de Kassab são um argumento circunstancial do seu candidato ou a realidade de uma tentativa de vender gato por lebre", disse Favre.
Ele lembra que em 1998 e 2000 "o PT e o PSDB consideravam que derrotar a direita malufista era uma prioridade que prevalecia sobre as divergências profundas existentes entre ambos".
Na parte propositiva da campanha, a imagem de Lula se manterá no centro. Em reunião ontem em Brasília, o presidente manifestou a intenção de não participar mais de campanhas no primeiro turno. Segundo o que disse a interlocutores, ele não quer criar problemas ao governo por causa das disputas locais. Ele pediu aos ministros bom senso e os liberou para se dedicar aos seus candidatos.
Após a eleição de domingo, o presidente Lula pretende dar prioridade às campanhas de Marta e de Fátima Bezerra (PT) em Natal, caso ela passe para o segundo turno.


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