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ELEIÇÕES 2008 / SÃO PAULO
No 2º turno, Marta quer colar em Kassab rótulo de "malufista"
PT planeja usar ainda mais a imagem de Lula nos programas de TV, além de insistir nas comparações entre as duas gestões
Marta sinalizou linha de ataque ao afirmar que São Paulo não pode empunhar "a bandeira do retrocesso"
e eleger candidato do DEM
RANIER BRAGON
EM SÃO PAULO
SIMONE IGLESIAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Embora o discurso oficial seja o de aguardar a abertura das
urnas, a campanha de Marta
Suplicy (PT) já traçou nos bastidores a estratégia inicial para
enfrentar Gilberto Kassab
(DEM) no segundo turno.
Em uma frente, o PT fará
comparações entre a atual gestão (2005-2008) com a de Marta (2001-2004), apresentará
propostas e manterá a linha de
usar à exaustão a imagem de
Luiz Inácio Lula da Silva.
Em outra frente de críticas, a
campanha da ex-prefeita vai
tentar colar em Kassab o rótulo
de candidato da "direita", do
"atraso" e do "malufismo".
A linha de "ataque" foi sinalizada por Marta nos últimos discursos, quando afirmou que
São Paulo não pode empunhar
"a bandeira do retrocesso" e
eleger o DEM (ex-PFL). Os petistas também tendem a relembrar a antiga aliança entre Kassab e Paulo Maluf (PP). Com isso, miram os eleitores do PSDB
que são anti-malufistas e não
vêem o DEM com bons olhos.
Voto a voto
Marta, que ontem fez campanha no extremo sul da cidade,
voltou a dizer que espera as urnas e minimizou a vantagem
que Kassab tem sobre ela nas
simulações de segundo turno:
"Qualquer um é difícil no segundo turno. Todos são fortes.
Eu também sou forte. Então,
vamos disputar voto a voto".
O marido de Marta, Luis Favre, escreveu ontem em seu
blog que houve uma "cristianização" (esvaziamento) da candidatura de Geraldo Alckmin
(PSDB) pelo governador José
Serra (PSDB), interpretação
que segue a linha de afagar o
eleitorado tucano.
"Acabando o primeiro turno,
os eleitores do PSDB deverão,
entre outras coisas, definir se
as afirmações de Alckmin sobre
a trajetória malufista de Kassab
são um argumento circunstancial do seu candidato ou a realidade de uma tentativa de vender gato por lebre", disse Favre.
Ele lembra que em 1998 e
2000 "o PT e o PSDB consideravam que derrotar a direita
malufista era uma prioridade
que prevalecia sobre as divergências profundas existentes
entre ambos".
Na parte propositiva da campanha, a imagem de Lula se
manterá no centro. Em reunião
ontem em Brasília, o presidente manifestou a intenção de
não participar mais de campanhas no primeiro turno. Segundo o que disse a interlocutores,
ele não quer criar problemas ao
governo por causa das disputas
locais. Ele pediu aos ministros
bom senso e os liberou para se
dedicar aos seus candidatos.
Após a eleição de domingo, o
presidente Lula pretende dar
prioridade às campanhas de
Marta e de Fátima Bezerra
(PT) em Natal, caso ela passe
para o segundo turno.
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