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São Paulo, domingo, 02 de novembro de 2003

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Sem-dinheiro também colaboram

DA REDAÇÃO

É por meio da internet que uma "rede" (espécie de ONG informal) dos Estados Unidos tenta angariar doações para os sem-terra brasileiros. Com o sugestivo nome de Friends of the MST (Amigos do MST), a rede lançou, em sua página na internet, a campanha "Apóie um ativista do MST".
As doações são destinadas "à educação e ao treinamento" de líderes sem terra. A FMST faz as contas: "Começa-se com o treinamento de 20 ativistas em cada Estado brasileiro. Cada um passa seus conhecimentos para outras 50 pessoas. Considerando que o MST está em 23 Estados (20 x 50 x 23), serão 23 mil novos ativistas!".
O entusiasmo não é tão grande quando chegam os resultados. "Não conseguimos muito dinheiro", conta Dawn Plummer, a única pessoa que responde pela FMST, que tem um pequeno escritório em Nova York.
Outras doações que consegue servem para pagar seu salário e as despesas do escritório.
Sem poder fazer muito financeiramente, a FMST está entre as muitas instituições que ajudam de outras formas, principalmente difundindo informações sobre a situação do campo no Brasil.
Cerca de 2.000 pessoas cadastradas na "rede" americana periodicamente recebem informações por e-mail. A FMST também serve como intermediária para que sem-terra dêem palestras em universidades dos EUA. A "rede" diz ter 40 voluntários que trabalham como tradutores e intérpretes
Existem "redes" semelhantes na Europa, chamadas "comitês de apoio ao MST". Elas mantêm páginas na internet em espanhol, francês, italiano, sueco e alemão.
Na última sexta-feira, por exemplo, quem recebe os informativos do Comitato di Appoggio di Roma, da Itália, ficou sabendo que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foi condenado simbolicamente pelo Tribunal Internacional dos Crimes do Latifúndio, no Pará.
Na Espanha, existem pelo menos seis desses "comitês", que, em maio, organizaram o 6º Encontro Nacional de Amigos do MST. A conferência aconteceu na cidade de Pontevedra e contou com a participação de um sem-terra.
"Damos um apoio moral. Sensibilizamos o mundo a respeito dos problemas do Terceiro Mundo", diz Xoão Hernández, da ONG espanhola Amarante.
Como não pode contribuir com dinheiro, a entidade há três meses enviou três de seus integrantes para ajudar na construção da Escola Nacional Florestan Fernandes, o futuro centro de formação de militares do MST.
Há pouco mais de uma semana, a Développement et Paix levou o líder sem terra João Pedro Stedile para uma palestra na Universidade de Toronto, no Canadá. (RW)


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