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São Paulo, domingo, 02 de novembro de 2003

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CAMPO MINADO

Seis sem-terra são presos em Pernambuco

KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

Seis sem-terra ligados à CPT (Comissão Pastoral da Terra) e ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) foram presos ontem pela manhã durante a desocupação do engenho Prado, em Tracunhaém (72 km do Recife), na Zona da Mata pernambucana, onde 300 famílias moravam há seis anos.
A desocupação foi em cumprimento à decisão do Tribunal de Justiça do Estado, que determinou em julho a reintegração de posse ao grupo João Santos, proprietário da fazenda. O engenho possui 2.600 hectares, dos quais 800 hectares já eram cultivados pelos sem-terra.
A pedido do Incra, os agricultores decidiram deixar o local espontaneamente e, na madrugada de ontem, já começaram a desmontar o acampamento e construir novas barracas a cerca de oito quilômetros do engenho, às margens de uma rodovia.
O argumento utilizado pelo Incra para convencer os sem-terra a deixar o local pacificamente foi a garantia de que o processo de desapropriação já teria sido entregue à Casa Civil e que, ainda nesta semana, o decreto presidencial deve ser assinado.
Cerca de mil homens do Batalhão de Choque da Polícia Militar acompanharam a desocupação. Houve confusão na saída dos sem-terra. Segundo a assessoria de imprensa da PM, alguns integrantes estavam armados com foices, lanças e chegaram a jogar bolas de gude nos policiais.
De acordo com o advogado da CPT, Bruno Ribeiro, toda a desocupação foi tranquila, como a comissão se comprometeu a fazer antecipadamente, e os seis sem-terra presos seriam liberados ainda na tarde de ontem, logo após passar por exame de corpo de delito, por terem sofrido agressões. A PM nega a agressão.


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