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BALANÇO POLÍTICO
Ministro fala em fim de "período histórico" da legenda e defende limites para acordos; para ele, união com malufismo foi equívoco
Tarso cita Maluf e diz que PT foi longe demais
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
O ministro da Educação, Tarso
Genro (PT-RS), prefeito de Porto
Alegre em duas oportunidades,
afirmou ontem que presencia o
fim de um ""período histórico do
PT" e defendeu mudanças de rumo no partido.
"As alianças chegaram à sua
amplitude máxima, nas relações
com o malufismo em São Paulo, o
que para mim é um equívoco.
Além disso, a seção do PT no Rio
Grande do Sul, que é mais vinculada a suas origens históricas, sofreu uma dura derrota. Isso determina que, a partir desse momento, o PT deve retomar a construção de um novo projeto", declarou o ministro.
"O centro do projeto transformador deve ser o limite das alianças e a renovação da sua estrutura
eleitoral", completou.
De acordo com Tarso, além de
ser necessário um balizamento
maior das alianças, o sistema de
composições que forma a base do
governo federal "não dá sustentação aos governos estaduais ou
municipais".
Em Porto Alegre, o PT enfrentou uma frente de oposição composta por partidos que se opõem
nacionalmente, aliados a outros
que fazem parte da base de sustentação do governo Lula -entre
os quais o próprio PPS, que venceu na capital gaúcha.
O ministro prevê ainda um forte
debate sobre o futuro do PT no
Rio Grande do Sul.
"As bases no Rio Grande do Sul
estão atordoadas, elas cobrem todo o espectro do partido. Abre-se
um forte debate sobre o futuro",
afirmou o petista.
Quanto ao futuro governo do
prefeito eleito, José Fogaça (PPS),
disse: "É uma coalizão que aproveitou o sentimento de renovação
para nos derrotar. Não quer dizer
que não possa fazer um governo
decente e sério".
Sobre uma possível reforma ministerial, afirmou: "Não estou
preocupado com essa questão, até
porque quem se torna ministro
deve saber se tratar de um cargo
permanentemente à disposição".
Falhas
Se nas eleições de anteontem
pesaram questões políticas, também houve falhas gerenciais do
PT em Porto Alegre, especialmente na saúde.
O PT reconhece dificuldades no
sistema de informação e triagem
dos postos de saúde. Houve, também, redução nos recursos do
SUS (Sistema Único de Saúde)
para hospitais, e a prefeitura deixou de destinar R$ 1,2 milhão
mensal para a área.
Para contrabalançar, há as conquistas dos 16 anos petistas em
Porto Alegre, mas que se tornaram lugar-comum. A população
quis mudança.
O transporte é tido como exemplar. Fogaça incluiu o setor como
um dos que preservará. Deficiências como a da saúde se sobrepuseram a conquistas que levaram
Porto Alegre a ser considerada
uma cidade com alto padrão na
qualidade de vida.
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