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BALANÇO ELEITORAL
Tucanos terão 25,6 milhões de eleitores em suas 871 cidades; PT é o segundo colocado e governará 17 milhões em 411 municípios
PSDB governará 8 milhões a mais do que o PT
FERNANDO RODRIGUES
EM SÃO PAULO
O PSDB desbancou o PT nos
grandes centros urbanos e governará mais eleitores também em
todo o país, segundo os resultados
finais das eleições municipais deste ano. Nesse critério de eleitorado governado, os petistas ficam
em segundo lugar, seguidos de
perto pelo PMDB.
A partir da posse dos novos prefeitos, em 1º de janeiro de 2005, o
PSDB governará 871 cidades que
abrigam 25,617 milhões de eleitores, o equivalente a 21,4% do país.
O PT terá prefeitos em 411 municípios, com 17,055 milhões de
eleitores, ou 14,2% do total.
A grande diferença entre tucanos e petistas é a capital paulista.
A cidade de São Paulo passará das
mãos do PT para o PSDB e tem,
sozinha, 7,771 milhões de eleitores. Mas mesmo sem o eleitorado
paulistano, o PSDB governaria
cerca de 800 mil eleitores a mais
que o PT nas cidades brasileiras.
Essa vantagem é
obtida pelo número de prefeituras
no país, pois nos
grandes centros
urbanos os tucanos ficam apenas
um pouco à frente
dos petistas -no
universo das 96 cidades mais relevantes politicamente, grupo conhecido como G-96: as 26 capitais e
as 70 com mais de
150 mil eleitores,
que são responsáveis por 38,7% de
todos os eleitores
do país.
No G-96, o PSDB ficou com o
mesmo número de prefeituras
(19), mas trocou algumas cidades
médias por grandes. Hoje, os tucanos governam 5,281 milhões de
eleitores em 19 municípios. A partir do ano que vem, com o mesmo
número de prefeitos, governarão
13,516 milhões.
Já o PT tem hoje 29 cidades dentro do G-96, com 19,665 milhões
de eleitores governados. No ano
que vem, cai para 24 municípios e
10,046 milhões de eleitores.
Os números que a Folha publica hoje se referem às eleições em
5.562 cidades, no primeiro e no
segundo turnos. Só há um dado
ainda não divulgado pelo TSE
(Tribunal Superior Eleitoral): o
resultado da votação em São Sebastião da Bela Vista (MG), de
3.275 eleitores, que não alterará as
tendências gerais já registradas.
PMDB, PFL e PP
O segundo pelotão depois de
PSDB e PT nos grandes centros
urbanos costumava ser composto
por três siglas tradicionais:
PMDB, PFL e PP. Hoje, fica claro
que só o PMDB consegue ainda se
posicionar próximos aos líderes.
Com suas 1.057 prefeituras a
partir de 2005, o PMDB governará
16,889 milhões de eleitores
-14,1% do país. É uma marca
quase idêntica à do PT. Mas os
peemedebistas conseguem esse
eleitorado graças às dezenas de
pequenas cidades que ainda mantêm. Quando se observa o desempenho da sigla no G-96, a situação
é bem diferente e pior.
O PMDB governará só 11 cidades relevantes dentro do G-96,
com só 3,696 milhões de eleitores.
A maior cidade governada por
um peemedebista será Goiânia
(GO), onde venceu Iris Rezende,
antigo cacique local do partido.
O PFL protagonizou um vexame no segundo turno: perdeu todas as disputas para as quais estava qualificado.
A sigla se salva por ter conseguido manter a cidade do Rio de Janeiro. Por conta
da capital fluminense, estará governando 5,889
milhões de eleitores nos 96 municípios mais relevantes. No país inteiro, os pefelistas
têm muitas prefeituras, mas de localidades bem pequenas.
São 790 prefeitos e um eleitorado total governado no país de
15,506 milhões,
menos do que os
17 milhões do PT
em 411 cidades.
O PP, a sigla do ex-prefeito de
São Paulo Paulo Maluf, segue em
franca decadência. No G-96, tem
apenas duas cidades. No país, cairá de 618 para 552 prefeituras no
ano que vem, e apenas 6,726 milhões de eleitores governados
-ou meros 5,61% do total.
As siglas médias
A desidratação de PFL, PP e de
parte do PMDB resultou em números melhores para agremiações emergentes. PTB, PL, PPS,
PDT e PSB podem, cada um do
seu jeito, proclamar algum tipo de
melhoria nas eleições deste ano.
Em Brasília, alguns desses partidos cogitam de formar o chamado "bloquinho" no Congresso.
PPS e PDT ensaiam uma fusão.
A nova sigla já nasceria grande:
611 prefeitos e o quinto maior eleitorado governado, de 15,379 milhões. O obstáculo é que pedetistas hoje são oposição ao governo
federal, enquanto o PPS está na
base de apoio a Lula.
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