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Dirceu ganha "sobrevida" de 15 dias
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA
Os sucessivos recursos do deputado José Dirceu (PT-SP) no
STF (Supremo Tribunal Federal)
deram mais 15 dias de "sobrevida" ao ex-ministro da Casa Civil.
Ficou definido ontem que a votação no plenário da Câmara do pedido de cassação de seu mandato
só ocorrerá, na melhor das hipóteses, no dia 23 -não mais na
próxima quarta-feira, como previsto anteriormente.
A mudança ocorreu porque o
caso de Sandro Mabel (PL-GO)
passou na frente do de Dirceu,
que teve que ser refeito devido a
uma liminar do STF.
A Secretaria Geral da Mesa marcou para quarta-feira que vem a
votação no plenário relativa ao
processo contra Mabel. Por unanimidade, o Conselho de Ética da
Câmara decidiu pedir o arquivamento do processo. Ele ainda poderá ser cassado caso pelo menos
257 dos 513 deputados votem
contra o parecer que pede a sua
absolvição. O plenário é responsável por dar a palavra final sobre
as decisões do conselho.
Não podem haver duas votações relativas a cassação no mesmo dia. Depois da votação do
processo movido contra Mabel,
deverá ser votado o caso de Romeu Queiroz (PTB-MG), no dia
22. O processo pela cassação do
mandato de José Dirceu só deverá
entrar no dia 23.
Isso porque o feriado do dia 15
tende a esvaziar o Congresso naquela semana, o que impossibilita
a votação de pedidos de cassação.
Prorrogação
A Câmara também aprovou ontem pedido para estender por
mais 45 dias o prazo para a conclusão dos processos contra Dirceu, Mabel e Queiroz.
Caso não tivesse sido aprovada
a prorrogação, o prazo para a votação do processo contra os três
expiraria no dia 8 deste mês. A votação no plenário foi simbólica e
teve o aval de todos os partidos,
inclusive do PT.
O único parlamentar que se manifestou contra a extensão do prazo foi o deputado Nilson Mourão
(PT-AC), autor de uma representação que tentava barrar a prorrogação visando ajudar Dirceu.
O líder do PT na Casa, Henrique
Fontana (RS), afirmou que o partido não endossou a representação de Mourão, que poderia auxiliar na anulação do processo contra Dirceu, porque "o objetivo do
PT é garantir que o processo flua".
"Não se pode impedir que o processo ande normalmente", disse.
(SILVIO NAVARRO)
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