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DIPLOMACIA
Evento reúne presidentes de 33 países na Argentina entre sexta e sábado
Cúpula deve citar Alca em declaração
MAELI PRADO
DE BUENOS AIRES
O Brasil, assim como os outros
países do Mercosul, admite que
seja feita uma referência à Alca
(Área de Livre Comércio das
Américas) na declaração final da
4ª Cúpula das Américas, que reúne 33 presidentes do continente
na sexta-feira e no sábado que
vêm na Argentina. É contrário à
posição dos EUA, entretanto, de
formalizar no texto uma data para
a retomada das negociações do
bloco comercial.
Esse é um dos principais impasses, segundo a Folha apurou, que
hoje travam a redação da declaração que será assinada pelos chefes
de Estado no próximo sábado,
quando termina a cúpula.
A Alca foi lançada na primeira
Cúpula das Américas, em 1994,
mas as negociações estão travadas
desde o início de 2004, já que alguns países, entre eles o Brasil,
tem restrições ao modelo proposto pelos Estados Unidos.
Os EUA, junto com outros países, como Canadá e México, querem impulsionar o bloco comercial durante o encontro, fixando
uma data para o seu lançamento,
em 2006. Outro grupo de países,
como Brasil, Argentina, Paraguai
e Uruguai, não querem essa menção, apesar de concordarem que
seja mencionada a retomada das
negociações.
Venezuela
Segundo uma fonte da diplomacia brasileira, a Venezuela é o único país que se opõe a uma menção
da Alca no texto final.
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, defende a Alba (Alternativa Bolivariana para as Américas) como uma alternativa de integração e participará dos protestos que ocorrerão em Mar del Plata contra a presença do presidente
americano, George W. Bush.
Segundo a imprensa local, as
delegações que discutem o texto
final na cidade litorânea de Mar
del Plata criaram um grupo apenas para resolver o impasse da
menção da Alca na declaração.
Outra celeuma é que a delegação americana também quer uma
menção na declaração sobre a necessidade de regras mais rígidas
de propriedade intelectual no
continente. Como há posições divergentes sobre o tema, o texto final não deverá trazer grandes
avanços nem para os países que
defendem regras mais rígidas, como os EUA, nem para os que são
contrários a essa postura, como
os membros do Mercosul.
Empregos
O tema central desta cúpula,
que pelo cronograma original deveria celebrar a assinatura do
acordo comercial, vai ser a geração de empregos em países em
desenvolvimento como forma de
assegurar a democracia. Também
não há consenso entre os negociadores sobre como esse objetivo
poderia ser implementado.
Serão discutidos também temas
como alfabetização e cobertura de
saúde dos países do continente
para doenças como a Aids.
A declaração final da cúpula pode estabelecer metas mais ambiciosas inclusive do que as chamadas Metas do Milênio previstas
pela ONU (Organização das Nações Unidas) para geração de emprego no continente.
Segundo publicou ontem o jornal argentino "Clarin", o presidente da Argentina, Néstor Kirchner, deve tentar conseguir o apoio
de Bush para as negociações do
país para assinar um novo acordo
com o FMI (Fundo Monetário Internacional).
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