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PF pode apurar se houve abuso, afirma diretor
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O diretor-geral da Polícia
Federal, delegado Paulo Lacerda, disse ontem que, se
houver uma reclamação formal da revista "Veja", será
aberta uma investigação sobre suposto abuso de poder
do delegado Moysés Ferreira
contra repórteres da publicação que prestaram depoimento anteontem.
Mas Lacerda questionou
se não estaria sendo defendida a censura da liberdade de
questionamento da autoridade policial. "A PF deve ser
censurada em seu questionamento, isso você pode perguntar, aquilo não pode?"
"Não me parece que esse
assunto tenha expressão tamanha que justifique maiores preocupações a respeito",
disse. "Mas, se houver uma
representação formal de
qualquer fato trangressivo às
normas, a PF vai investigar".
"A PF tem compromisso
com a apuração da verdade,
da mesma forma que a imprensa, sem partido nem paixão", completou.
Os repórteres Camila Pereira, Julia Duailibi e Marcelo Carneiro foram intimados
a prestar depoimento no inquérito que apura, conforme
publicado pela revista, a realização de encontro secreto
entre Freud Godoy e Gedimar Passos. O encontro teria
ocorrido quando Gedimar
estava preso na carceragem
da PF. Segundo a revista, Gedimar e Freud teriam combinado versões sobre a negociação do dossiê.
Lacerda disse entender a
"liberdade de imprensa livre" como um princípio da
democracia, cuja contrapartida seria o "compromisso
com a verdade".
Ele detalhou os passos que
teriam sido seguidos pela PF
quando publicada a reportagem: "A PF recebeu uma notícia de um fato criminoso.
Abriu inquérito e, após ouvir
os policiais, haveria também
de ouvir a contribuição daqueles que têm compromisso com a verdade, que foram
ouvidos na presença do Ministério Público e de uma advogada".
(ANDRÉA MICHAEL)
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