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Oposição quer adiar votação final sobre Venezuela no Senado
DEM exige apuração da OEA para aprovar país no Mercosul; governistas falam em ganho econômico
MARIA CLARA CABRAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
GABRIELA GUERREIRO
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA
O ingresso da Venezuela no
Mercosul segue para a última
etapa de discussão pelo Congresso brasileiro. O assunto deve entrar na pauta do plenário
do Senado já nesta quarta-feira.
Com maioria, a base aliada ao
presidente Lula prevê a aprovação do país no bloco econômico
mesmo com a promessa de líderes oposicionistas em dificultar a votação. A disposição
dos governistas é aprovar o
protocolo até o meio deste mês.
Os governistas vão tentar
convencer a base de que o ingresso do país no Mercosul trará ganhos econômicos ao Brasil, com a disposição do presidente Hugo Chávez em industrializar o país. Com o lobby da
iniciativa privada em favor da
Venezuela, a base aliada também espera sensibilizar congressistas da oposição.
A ordem no governo é insistir
que a entrada da Venezuela no
bloco não representa uma vitória política de Chávez.
O líder do DEM, José Agripino Maia (RN), diz que uma das
possibilidades para dificultar a
aprovação é obstruir a pauta do
plenário. Junto com o PSDB,
ele afirma que a votação não
deve ocorrer até que a Venezuela se comprometa com algumas ressalvas -entre elas aceitar uma apuração da OEA (Organização dos Estados Americanos) sobre acusações de violação de direitos humanos.
"Pelo povo [venezuelano] e
pelo país, o ingresso já estava
aprovado, mas não podemos
aceitar essas posições chavistas", disse Agripino Maia.
A oposição aposta ainda que
pode contar com o presidente
do Senado, José Sarney
(PMDB-AP), para retardar a
votação. O peemedebista já fez
manifestações contrárias ao ingresso do país no Mercosul.
A base, no entanto, diz acreditar que o senador não vai
priorizar seu posicionamento
pessoal. "Sarney não vai confundir as coisas", afirmou Renato Casagrande (PSB-ES).
Se o protocolo passar pelo
plenário, o Paraguai será o único integrante do bloco que ainda não terá concluído a análise
do ingresso da Venezuela. A Argentina e o Uruguai já aprovaram o protocolo de adesão.
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