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Marina admite que negocia apoio do PSOL
Pré-candidata do PV à Presidência, senadora diz que mantém "conversas informais" com líderes do partido, como Heloísa Helena
Em palestra em São Paulo,
Marina defende mudança
na lei para regulamentar
a pré-campanha eleitoral,
"porque senão vira hipocrisia"
DA REPORTAGEM LOCAL
A senadora Marina Silva
(PV-AC), pré-candidata à Presidência, disse ontem que tem
mantido "conversas informais"
com líderes do PSOL, entre os
quais a ex-senadora Heloísa
Helena (AL), em torno da política de alianças para a campanha de 2010.
Marina, que veio a São Paulo
dar uma palestra para alunos
de direito internacional de uma
faculdade privada, disse que a
definição das alianças está a
cargo de uma comissão montada pela direção do PV. A senadora citou como seus interlocutores "pessoais", além de Heloísa, os deputados federais
Ivan Valente (SP) e Chico Alencar (RJ) e o senador José Nery
(PA). A senadora disse que
apoiará Heloísa Helena, caso
ela confirme a candidatura ao
Senado por Alagoas.
"São as pessoas que a gente
convive. (...) Mas ainda está se
discutindo como vamos desdobrar essas questões. E, obviamente, [um apoio] terá de ser
em cima de programas, de
ideias. São conversas informais, não tem nada formalizado ainda", disse a senadora, em
entrevista após a palestra.
Marina negou estar viajando
na pré-campanha às custas do
Senado (disse que os gastos têm
sido cobertos por quem a convida a proferir palestras) e criticou a falta de legislação eleitoral específica para os meses anteriores ao período eleitoral.
A candidata do Planalto, a
ministra Dilma Rousseff (PT),
tem sido criticada por conta de
viagem, com suposto objetivo
eleitoreiro, que fez ao lado do
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva na região do rio São Francisco. Sem citar o nome da ministra, a senadora pregou "vigilância da sociedade". "Acho que
a legislação deveria prever o
processo da pré-campanha.
Porque senão vira uma hipocrisia. É pré-campanha, mas não
existe campanha."
A senadora se esquivou da
pergunta sobre se Dilma, que
deverá liderar a comitiva brasileira na 14ª conferência da
ONU sobre o clima, em dezembro, em Copenhague, seria a
autoridade mais indicada para
a tarefa. "Quem vai chefiar a delegação é uma decisão do governo. Se tem uma proposta tomada, decidida, transparente,
discutida com a sociedade, o
porta-voz vai ter que se ater à
proposta", disse Marina, para
quem a proposta governamental está atrasada, "não existe".
Na palestra de uma hora para
cerca de 300 alunos da Faap
(Faculdade Armando Álvares
Penteado), a qual encerrou
com uma poesia sua, Marina
desenhou um futuro catastrófico para a humanidade por conta do aquecimento global, "caso
nada seja feito". "Estamos vivendo numa esquina civilizatória, temos que virar para o lado
certo". "Falando desse jeito, parece uma coisa ecoterrorista",
brincou a senadora. A plateia
riu.
(RUBENS VALENTE)
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