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CONTAS DA REELEIÇÃO
Segundo planilhas reveladas pela Folha, empresa teria doado R$ 150 mil, não declarados ao TSE
Dono da Vasp nega ter feito doação a FHC
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O empresário Wagner Canhedo, dono da companhia aérea
Vasp, negou ter feito doações para a campanha de reeleição do
presidente Fernando Henrique
Cardoso em 1998.
Reportagem publicada pela Folha em 12 de novembro, com as
contas paralelas da campanha, revelou um caixa-dois de R$ 10,120
milhões que inclui uma doação da
Vasp no valor de R$ 150 mil.
A doação aparece numa planilha eletrônica cujo cabeçalho indica como autor Sergio Pereira,
irmão do ex-ministro Luiz Carlos
Bresser Pereira, presidente do comitê financeiro da campanha.
A doação não consta dos registros do TSE (Tribunal Superior
Eleitoral). A assessoria da Vasp
confirmou à Folha que a empresa
contribuiu, sem precisar o valor.
Em depoimento aos procuradores Guilherme Schelb e Alexandre
Camanho, do Ministério Público
Federal em Brasília, ontem, ele
declarou que as palavras de sua
assessoria foram distorcidas.
O empresário disse que em 1998
foi procurado pelo ex-ministro
Luiz Carlos Bresser Pereira, que
teria pedido sua colaboração,
"alegando dificuldades no caixa
da campanha do presidente Fernando Henrique Cardoso".
Canhedo negou ajuda a Bresser
por conta de dificuldades financeiras enfrentadas por suas empresas naquele momento.
O encontro, segundo o depoimento, aconteceu no gabinete da
presidência da Vasp. Pela lei, a
empresa não pode fazer doações a
campanhas políticas por ser permissionária de serviços públicos.
Segundo o procurador Schelb, a
reunião não pode ser considerada
um indício de atuação irregular
de Bresser. "Canhedo tem várias
outras empresas sem vínculos
com o poder público, por meio
das quais poderia ter contribuído", afirmou Schelb.
Quanto à campanha de 1994,
Canhedo disse ter colaborado
com "algo entre R$ 10 mil e R$ 15
mil" contra um recibo fornecido
pelo comitê financeiro de FHC.
Segundo ele, o valor foi doado
"em nome pessoal" e "em espécie" a um representante da equipe
de arrecadação cujo nome ele não
lembrou no depoimento.
O banco de dados do Departamento Intersindical de Assessoria
Parlamentar, que reproduz informações distribuídas pelo TSE,
não tem registro de doações em
nome de Wagner Canhedo para a
campanha de FHC em 1994.
O empresário prometeu entregar ao MP o recibo e o nome de
quem recebeu o dinheiro.
Ainda sobre a campanha de
1994, Canhedo disse que a colaboração lhe foi pedida pelo ex-senador José Richa (PSDB-PR).
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