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REFORMA POLÍTICA
Comissão vota hoje proposta de listas fechadas para o Legislativo
Relator quer "voto partidário" no país
DA REPORTAGEM LOCAL
Está marcada para hoje, na comissão da Câmara encarregada
de discutir a reforma política, a
votação do relatório do deputado
Ronaldo Caiado (PFL-GO). O texto propõe uma mudança radical
no sistema eleitoral brasileiro: o
fim da escolha individual de parlamentares nas eleições proporcionais, com a instituição do voto
em listas fechadas apresentadas
pelos partidos.
A proposta institui ainda o financiamento público de campanhas, proibindo outra forma de
arrecadação de recursos, e impede a coligação entre partidos nas
eleições proporcionais (cada partido apresentaria a sua lista de deputados separadamente).
Segundo Caiado, a substituição
do atual sistema eleitoral pelo de
listas fechadas daria maior consistência aos partidos brasileiros,
inibindo que parlamentares trocassem de legenda no meio do
mandato e aumentando a coerência ideológica das siglas.
Após ser votado na Comissão
de Reforma Política, o texto ainda
precisa passar pela Comissão de
Constituição e Justiça antes de ir à
votação no plenário da Câmara.
Caiado diz esperar que isso aconteça até o fim deste ano.
Questionado sobre a suposta
falta de empenho do governo na
matéria -o que pode atrasar o
cronograma desejado por Caiado-, o relator disse que isso se
deve ao fato de o Executivo ter se
beneficiado do atual sistema partidário para cooptar parlamentares para a base governista e votar
as suas reformas prioritárias
-previdenciária e tributária.
Caiado afirma esperar, no entanto, que o governo passe agora a
apoiar seu projeto devido ao compromisso histórico do PT com o
assunto.
A lista dos candidatos que
preencheriam, pela ordem, as vagas conquistadas na Câmara ou
nas assembléias seria definida em
convenções das legendas. O troca-troca partidário ficaria inibido,
diz Caiado, pois esse tipo de lista
reforçaria a "vida partidária" e colocaria novatos na legenda no
"fim da fila". Além disso, defende,
ao forçar o eleitor a votar num
partido, e não neste ou naquele
candidato, o novo sistema promoveria uma discussão maior das
propostas das legendas.
Ainda pela proposta do relator,
cai a exigência de 5% para 2% do
total de votos para deputado federal em todo o país para que um
partido possa ter estrutura de liderança (salas, cargos e verbas),
tempo de TV ampliado e acesso
ao fundo partidário.
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