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TODA MÍDIA
O dia seguinte
NELSON DE SÁ
A Globo ainda ecoava ontem o "presente de fim de ano para o Brasil", com os números do crescimento, quando dois protagonistas do próprio governo reiniciaram, por volta do meio-dia, as críticas à política econômica.
Segundo CBN e Globo Online, entre outros, o senador Aloizio Mercadante e o ministro Luiz Furlan "se reuniram e saíram atirando nas taxas de juros e na queda do dólar".
Para o ministro, "o Brasil não pode ser eternamente um país com juros altos". Para o senador, o câmbio "começa a dar sinais de preocupação em relação ao saldo comercial".
Algum tempo depois e novos números surgiram, em apoio à "legítima pressão", como Furlan qualificou a crítica.
O UOL destacou que o dólar "voltou a cair", atingindo "novo recorde de baixa no ano". E a Globo News deu em manchete que "a balança comercial teve em novembro o menor superávit em sete meses", por conta das importações.
Para o Jornal Nacional, "a queda do dólar, o crescimento da economia e a proximidade do Natal explicam o aumento das importações" e o "menor saldo desde abril".
Mas nem todos os números do dia seguinte ao "presente de fim de ano" foram de água fria para a equipe econômica.
Segundo os telejornais e canais de notícias, "o risco-país caiu aos menores níveis históricos", chegando a estar abaixo dos 400 pontos, "menor patamar desde 97". E o JN também deu em manchete:
- O preço internacional do petróleo despenca.
"A NOTÍCIA DO DIA"
Além do senador e do ministro, também a comentarista Míriam Leitão cobrou mais, pela manhã na Globo:
- É dia de comemorar. Mas é inevitável olhar para a
frente e ver que é preciso mais investimento em infra-estrutura se o país quiser continuar crescendo.
O mesmo cobraram a Confederação Nacional da Indústria e o ex-presidente do BNDES, Carlos Lessa, na Folha Online, sublinhando a urgência de acordo com o FMI
sobre os investimentos em infra-estrutura.
Não demorou e a Globo News e o JN anunciavam:
- O FMI aceita excluir do superávit primário os investimentos em infra-estrutura.
Júlio de Almeida, diretor do Iedi, comemorou:
- É a grande notícia do dia. Essa questão do FMI vai
permitir um refresco maior, liberar recursos do setor público para o investimento em infra-estrutura.
Mas também em infra-estrutura havia notícia em outra direção. Segundo a Band News e os sites, "a votação
das Parcerias Público-Privadas ficou para a semana". E o
diretor do Iedi desta vez não comemorou:
- É importante aprovar a PPP.
Globo News/Reprodução
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OS DUELISTAS Lula e FHC, na Globo News e nas rádios, mas não no Jornal Nacional, seguiram em seu debate à distância, ontem. O atual presidente declarou que "tem muita gente que torceu para não dar certo". O ex-presidente declarou que no governo tem "muita incompetência, sobretudo nas áreas sociais"
Escravos urbanos
O outro correspondente do
"New York Times" no Brasil,
Todd Benson, adiantou reportagem ontem dizendo que, "em
menos de dois anos do primeiro
presidente "working-class", o governo já libertou mais escravos
que nos oito anos anteriores".
Mas a notícia era outra:
- A repressão fez pouco para
conter os abusos em São Paulo,
onde milhares de imigrantes trabalham e moram em condições
de escravidão moderna.
São bolivianos e outros, no
Bom Retiro, Brás, Pari.
Vida e violência
Subiu um pouco a expectativa
de vida, mas a notícia era outra,
ontem. Da manchete do Jornal
Nacional, direto ao ponto:
- IBGE mostra como a violência dificulta a conquista de
números melhores.
PIB e o PMDB
A aprovação da medida que dá
status de ministro ao presidente
do Banco Central "foi um teste
em que o governo saiu vitorioso", avaliou Alexandre Garcia,
na Globo, dizendo que foi efeito
dos "números do PIB".
Ato contínuo, o ministro peemedebista Eunício Oliveira espalhava, em TV e sites, que o
partido "não deve deixar a base
no momento de excelentes indicadores de crescimento".
"Não ajuda"
O pefelista Cesar Maia abriu
campanha presidencial, noticiavam ontem os canais de notícia e
a Agência Nordeste. Ele "definiu
o Nordeste como fundamental
para a candidatura".
Quem não gostou foi o governador de São Paulo, o tucano
Geraldo Alckmin, para quem
"isso não ajuda a governabilidade, não ajuda o país".
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