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STF contará com dispositivo para acelerar processo
SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Supremo Tribunal Federal
vai dispor a partir de 2007 de
um instrumento importante,
mas polêmico para tornar o
processo judicial mais rápido e
racional: a edição de súmulas
vinculantes do STF.
O presidente Lula irá sancionar nos próximos dias o projeto
que regulamenta o efeito vinculante das súmulas do Supremo, considerado o ponto mais
importante da reforma constitucional do Poder Judiciário.
Os tribunais já editam súmulas, que são a síntese do entendimento firmado repetidas vezes sobre um assunto. Com o
efeito vinculante, os juízes das
instâncias inferiores e os órgãos públicos, como Advocacia
Geral da União, Receita e INSS,
ficarão em tese obrigados a seguir a posição do STF.
A maioria dos ministros do
STF aprova a medida. Entretanto, há resistências a ela entre advogados e juízes da primeira instância. Eles dizem
que a jurisprudência será "engessada", porque terá menos
possibilidade de alteração.
Para o vice-presidente do
STF, Gilmar Mendes, a súmula
evitará que a controvérsia de
uma batalha judicial, envolvendo milhares de processos, se
prolongue após o STF dar a palavra final sobre o tema no julgamento dos primeiros casos.
Isso porque em tese deixarão
de tramitar no STF recursos de
pessoas que pleiteiam um direito reconhecido em súmula.
Segundo Mendes, o cidadão
que entra no STF com um recurso para tentar reverter derrota em outro tribunal passa
cerca de dez anos aguardando o
julgamento. Em muitos casos,
essa etapa será queimada.
Por exemplo, o STF tem
7.000 processos sobre a correção do valor de pensões por
morte concedidas pelo INSS
até 1995 e não tem entendimento definido sobre o tema.
Quando julgar os primeiros casos, pode editar súmula e evitar
o exame de causas repetidas.
O tribunal se prepara para
editar as primeiras súmulas.
Uma delas irá sacramentar o
direito de condenados por crime hediondo à progressão do
regime da pena. Os ministros
do STF já reconheceram esse
direito, mas há resistências das
instâncias judiciais inferiores.
Para uma súmula vinculante
ser aprovada, 8 dos 11 ministros
do Supremo precisam concordar com o seu teor.
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