São Paulo, quarta-feira, 02 de dezembro de 2009

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PT evita ataque a mensalão do DEM para zerar jogo em 2010

Cúpula petista é cautelosa ao falar de crise no DF, mas diz que tema sumirá da campanha

Partido tem evitado ataques ao governador Arruda e à oposição por acreditar que petistas envolvidos em crise de 2005 têm direito à defesa


MALU DELGADO
DA REPORTAGEM LOCAL

A cúpula nacional do PT, num discurso afinado, decidiu evitar ataques explícitos à oposição ou um tratamento revanchista por conta do escândalo de corrupção do governo do Distrito Federal, já batizado de "mensalão do DEM". Internamente, porém, os petistas afirmam que o episódio enterra a possibilidade de o PSDB ou o DEM fazerem, na campanha presidencial de 2010, qualquer menção ao mensalão petista.
"Enterrou definitivamente a possibilidade de o suposto mensalão do PT virar tema de campanha em 2010. Nem PT, nem PSDB, nem DEM vão poder reprisar o mensalão em 2010", disse ontem um integrante da cúpula partidária.
Em uníssono, os petistas repetem o presidente Lula, que defendeu ontem a investigação judicial e policial do caso, sem prejulgamentos. No entanto, consideraram um deslize Lula ter minimizado o impacto dos vídeos já divulgados sobre o esquema de cobrança de propinas no DF. "Discordo do Lula. As imagens dizem tudo por si só", disse o presidente do PT-DF, Chico Vigilante.
A cautela verbal do PT sobre o caso tem duas razões: primeiramente, o partido considera que as imagens reveladas sobre o esquema já destruíram politicamente Arruda e o DEM. Além disso, o PT pensa no efeito bumerangue. Como lideranças importantes da sigla são réus no inquérito do mensalão que tramita no STF (Supremo Tribunal Federal) sobre o mensalão de 2005, o partido insiste no direito de ampla defesa.
"Esse é um escândalo em relação ao governador Arruda. Não é do DEM. Vamos aguardar as investigações. Arruda tem amplo direito de defesa e o PT defende o Estado democrático de direito", afirmou o líder do PT na Câmara, o deputado federal Cândido Vaccarezza (SP). Para o deputado federal José Eduardo Cardozo (PT-SP), a crise de 2005 reforçou no PT "o quanto é necessário permitir a ampla defesa".


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