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PT evita ataque a mensalão do DEM para zerar jogo em 2010
Cúpula petista é cautelosa ao falar de crise no DF, mas diz que tema sumirá da campanha
Partido tem evitado ataques ao governador Arruda e à oposição por acreditar que petistas envolvidos em crise de 2005 têm direito à defesa
MALU DELGADO
DA REPORTAGEM LOCAL
A cúpula nacional do PT,
num discurso afinado, decidiu
evitar ataques explícitos à oposição ou um tratamento revanchista por conta do escândalo
de corrupção do governo do
Distrito Federal, já batizado de
"mensalão do DEM". Internamente, porém, os petistas afirmam que o episódio enterra a
possibilidade de o PSDB ou o
DEM fazerem, na campanha
presidencial de 2010, qualquer
menção ao mensalão petista.
"Enterrou definitivamente a
possibilidade de o suposto
mensalão do PT virar tema de
campanha em 2010. Nem PT,
nem PSDB, nem DEM vão poder reprisar o mensalão em
2010", disse ontem um integrante da cúpula partidária.
Em uníssono, os petistas repetem o presidente Lula, que
defendeu ontem a investigação
judicial e policial do caso, sem
prejulgamentos. No entanto,
consideraram um deslize Lula
ter minimizado o impacto dos
vídeos já divulgados sobre o esquema de cobrança de propinas no DF. "Discordo do Lula.
As imagens dizem tudo por si
só", disse o presidente do PT-DF, Chico Vigilante.
A cautela verbal do PT sobre
o caso tem duas razões: primeiramente, o partido considera
que as imagens reveladas sobre
o esquema já destruíram politicamente Arruda e o DEM.
Além disso, o PT pensa no efeito bumerangue. Como lideranças importantes da sigla são
réus no inquérito do mensalão
que tramita no STF (Supremo
Tribunal Federal) sobre o mensalão de 2005, o partido insiste
no direito de ampla defesa.
"Esse é um escândalo em relação ao governador Arruda.
Não é do DEM. Vamos aguardar as investigações. Arruda
tem amplo direito de defesa e o
PT defende o Estado democrático de direito", afirmou o líder
do PT na Câmara, o deputado
federal Cândido Vaccarezza
(SP). Para o deputado federal
José Eduardo Cardozo (PT-SP), a crise de 2005 reforçou no
PT "o quanto é necessário permitir a ampla defesa".
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