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ANÁLISE
Relator terá de deixar o caso em abril de 2010
FREDERICO VASCONCELOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O ministro Fernando Gonçalves, do Superior Tribunal de
Justiça, ficará poucos meses
como relator do inquérito que
apura as suspeitas de corrupção no Distrito Federal. Deverá
se aposentar em abril, ao completar 70 anos de idade, limite
para a atuação dos juízes.
Até lá, as investigações sobre
os três mensalões estarão a cargo de dois magistrados, ambos
mineiros, com perfis distintos.
Joaquim Barbosa, relator da
ação penal do mensalão do PT e
do inquérito do mensalão do
PSDB mineiro no Supremo Tribunal Federal, é oriundo do
Ministério Público Federal.
Gonçalves, relator do mensalão
do DEM, teve curta atuação,
nos anos 70, como procurador
da República em Minas Gerais.
No STJ, nunca comandou uma
operação policial desse porte.
Barbosa foi nomeado por Lula, em 2003. Gonçalves, por
Fernando Henrique, em 1996.
Barbosa impôs celeridade ao
processo do mensalão petista.
Gonçalves tem a imagem de
magistrado mais lento e liberal.
Foi relator de processos contra
desembargadores federais de
São Paulo, suspeitos de enriquecimento ilícito, que tramitaram durante anos no STJ.
Numa das ações, quando a
defesa tentou adiar mais uma
vez o julgamento, foi tolerante.
Disse que "fez muita vista grossa" quanto aos prazos não cumpridos pelos advogados.
Na operação envolvendo o
governador do DF, José Roberto Arruda, não há sinais de morosidade. O inquérito chegou às
suas mãos no final de setembro.
Cauteloso, o ministro seguiu
à risca a sugestão que fez em
2007, como coordenador-geral
da Justiça Federal, quando recomendou que a Polícia Federal evitasse abusos nas diligências de busca e apreensão.
Na Operação Caixa de Pandora, proibiu a convocação prévia da imprensa, o uso ostensivo de vestimentas da Polícia
Federal e a exposição desnecessária de armamentos pesados. E, assim como Barbosa fez
na ação do mensalão petista,
retirou o segredo de justiça imposto ao inquérito, tão logo foi
concluída a operação.
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