São Paulo, quarta-feira, 02 de dezembro de 2009

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PSDB não pune secretário, mas deixa o governo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL

Apontado como o elo tucano no esquema de arrecadação de caixa dois do governador José Roberto Arruda (DEM), o secretário de Obras do Distrito Federal, Márcio Machado, não deve sofrer nenhum tipo de punição de seu partido, o PSDB.
Reunida ontem em Brasília, a executiva nacional tucana nem sequer avaliou as possibilidades de abertura de investigação interna ou processo no Conselho de Ética do partido.
Machado, que também é presidente regional da legenda, foi acusado por Durval Barbosa, ex-secretário de Relações Institucionais e pivô das denúncias do "mensalão do DEM", de atuar pelos tucanos na coleta da propina e distribuição do dinheiro a aliados políticos.
O secretário terá, no entanto, de deixar a gestão Arruda, junto com os colegas José Humberto Pires, de Governo, e Valdivino Oliveira, da Fazenda, além de funcionários de segundo e terceiro escalão, segundo decisão da Executiva Nacional tucana. "Os que não se afastarem sofrerão sanções", disse o presidente nacional, Sérgio Guerra (PE).
O PSDB, principal aliado do DEM em âmbito nacional, já é o quinto partido a deixar a base do governador do DF. Ontem, PPS, PSB, PDT e PV também entregaram seus cargos.
Apesar de classificar as denúncias como "graves e que exigem apuração", Guerra evitou comentar o caso de Machado. "Não cuidamos ainda do diretório de Brasília."
Vice-presidente do PSDB, o deputado Edson Aparecido disse que o Conselho de Ética pode ser acionado se houver mais provas. A expectativa da cúpula tucana é que Machado anuncie seu afastamento da presidência do DF durante as investigações.
Sobre 2010, Guerra disse que a aliança com o DEM está mantida, classificando a crise no DF de "episódio local". Já o presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), admitiu que a crise atrapalha as eleições.
O governador de São Paulo e pré-candidato à Presidência, José Serra (PSDB), repetiu que as acusações são gravíssimas. Segundo ele, é preciso "ouvir os investigados, que têm direito de defesa". (MARIA CLARA CABRAL E FERNANDO BARROS DE MELLO)


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