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PSDB não pune secretário, mas deixa o governo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL
Apontado como o elo tucano
no esquema de arrecadação de
caixa dois do governador José
Roberto Arruda (DEM), o secretário de Obras do Distrito
Federal, Márcio Machado, não
deve sofrer nenhum tipo de punição de seu partido, o PSDB.
Reunida ontem em Brasília, a
executiva nacional tucana nem
sequer avaliou as possibilidades de abertura de investigação
interna ou processo no Conselho de Ética do partido.
Machado, que também é presidente regional da legenda, foi
acusado por Durval Barbosa,
ex-secretário de Relações Institucionais e pivô das denúncias do "mensalão do DEM", de
atuar pelos tucanos na coleta
da propina e distribuição do dinheiro a aliados políticos.
O secretário terá, no entanto,
de deixar a gestão Arruda, junto
com os colegas José Humberto
Pires, de Governo, e Valdivino
Oliveira, da Fazenda, além de
funcionários de segundo e terceiro escalão, segundo decisão
da Executiva Nacional tucana.
"Os que não se afastarem sofrerão sanções", disse o presidente
nacional, Sérgio Guerra (PE).
O PSDB, principal aliado do
DEM em âmbito nacional, já é o
quinto partido a deixar a base
do governador do DF. Ontem,
PPS, PSB, PDT e PV também
entregaram seus cargos.
Apesar de classificar as denúncias como "graves e que
exigem apuração", Guerra evitou comentar o caso de Machado. "Não cuidamos ainda do diretório de Brasília."
Vice-presidente do PSDB, o
deputado Edson Aparecido disse que o Conselho de Ética pode ser acionado se houver mais
provas. A expectativa da cúpula
tucana é que Machado anuncie
seu afastamento da presidência
do DF durante as investigações.
Sobre 2010, Guerra disse que
a aliança com o DEM está mantida, classificando a crise no DF
de "episódio local". Já o presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), admitiu que a
crise atrapalha as eleições.
O governador de São Paulo e
pré-candidato à Presidência,
José Serra (PSDB), repetiu que
as acusações são gravíssimas.
Segundo ele, é preciso "ouvir os
investigados, que têm direito
de defesa".
(MARIA CLARA CABRAL E FERNANDO BARROS DE MELLO)
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