São Paulo, sexta-feira, 03 de fevereiro de 2006

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TODA MÍDIA

Nelson de Sá

Onde está Google?

Começou no blog Blue Bus. Júlio Hungria postou, sob o título "Os garotos do Google vieram jantar aqui do lado, vc acredita?":
- Na maior intimidade com Ipanema. Mas eram o Larry Page e o Sergey Brin. Entraram no Gula Gula, na Aníbal. Vestiam jeans e camiseta. Sabe que ninguém notou?
Depois:
- No mezanino, tentaram entender o cardápio. "What is picadinho?" Pensaram que era peixe. "Não, carne vermelha, não", reagiram.
Não demorou e surgiu um internauta mineiro, "também cruzei com os googles pelos corredores da UFMG".
No caso, havia prova virtual. O site da universidade trazia na home page a foto dos fundadores em reunião com a reitora, sob o título "Google quer incrementar parcerias".
De volta ao Blue Bus, duas mensagens de leitores. Um especulava se não eram "sósias contratados para circular nos grandes centros", parte de uma "estratégia de marketing viral". O outro, Marco Chiaretti, comentava:
- Logo, logo, alguém vai dizer - Lá vêm aqueles chatos dos googles de novo.
 
Nem tudo é festa na viagem dos googles ao Brasil.
A agência Dow Jones, ontem no site do "Wall Street Journal", dizia que os resultados da empresa de busca no último trimestre de 2005, que levaram a forte queda nas ações, "mostram os riscos da expansão internacional".
Saíram da Grã-Bretanha os números que derrubaram o Google, mas a agência se concentrou nos riscos dos investimentos na China, depois Brasil, México, Japão e Índia.
Falando por telefone, a partir do Brasil, um dos googles, Sergey Brin, declarou:
- Vamos intensificar os esforços para erguer a nossa infra-estrutura no exterior e desenvolver produtos desenhados para cada mercado.
 
E o interesse dos googles pelo etanol, que os levou a usina no interior paulista, se mostrou verdadeiro, afinal. Aliás, não só deles nem só de George W. Bush, segundo a manchete do Globo Online:
- Bill Gates, Bush e Google de olho no álcool.
A história é que o fundador da Microsoft "planeja investir no combustível brasileiro". E tem mais. A versão impressa do "WSJ" destacou, na repercussão do pronunciamento de Bush, uma reportagem dizendo que a nova "febre tecnológica", no Vale do Silício, na Califórnia, é investir em "empresas de energia" alternativa.
Entre outros, cita Vinod Khosla, um dos co-fundadores da Sun Microsystems, da qual já se afastou, que nos últimos anos investiu em "meia dúzia" de jovens empresas de "combustível limpo", como etanol.
 
Por sinal, na reportagem de capa sobre o pró-álcool sonhado pelo presidente americano, o "WSJ" sublinhou dificuldades, fez elogios à proposta -e saudou o Brasil como "uma história de sucesso".
Já o "New York Times" destacou a "falta de entusiasmo" demonstrada pelos republicanos de Bush e, em particular, pela Arábia Saudita.
Lá pelo meio da reportagem, um pesquisador independente comentou:
- É impressionante que nós não taxemos o combustível da Arábia Saudita quando taxamos o do Brasil.

ESPERANÇA

washingtonpost.com/Reprodução
Logo do blog do "WP" sobre eleição haitiana

Dias depois da reportagem de primeira página em que o "NYT" questionou a atuação dos EUA no Haiti, o "Washington Post" e a revista "The Economist" saíram ontem em defesa das eleições marcadas para a próxima terça.
A segunda, sob o título "Finalmente, uma espécie de ponte para o futuro", saúda o pleito como "caótico marco num esforço internacional para criar uma democracia a partir de um estado falido". Avisa que deve ganhar René Préval, um antigo aliado de Jean-Bertrand Aristide, o presidente anterior. E chega a afirmar que fora da capital a segurança -a cargo do Brasil- melhorou.
O "WP" estreou um blog apontando um "vislumbre de esperança em Cité Soleil", favela-símbolo do Haiti.

INTERAÇÃO

Soninha, jornalista e vereadora, estreou blog ontem na Folha Online e, de cara, enfrentou a mesma dificuldade que levou o "Washington Post" a tirar um de seus blogs do ar, dias atrás. Aberto para comentários, o blog recebeu algumas mensagens pesadas, entre as centenas enviadas. A blogueira registrou, com coragem:
- Só vou tirar as baixarias, como esta que chegou: "sua petista de m., vai se f. vc e seu partido de b.". Não acrescenta nada, né? Pra quê? As outras, mesmo que sejam ríspidas, ofensivas etc., vão entrar.

@ - nelsondesa@folhasp.com.br


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