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Com Chinaglia, PT "majoritário" define rumo para eleições
Vitória na Câmara fortalece ala paulista; Campo Majoritário analisa cenário político em encontro neste final de semana
Ministro Tarso Genro quer criar grupo no Congresso em oposição à corrente, a quem culpa por mazelas da sigla
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
ENVIADO ESPECIAL A SÃO ROQUE (SP)
Robustecido pela vitória de
Arlindo Chinaglia anteontem,
o Campo Majoritário, tendência que controla o PT, inicia hoje, em São Roque (interior de
SP), sua preparação para Congresso Nacional que o partido
realizará este ano, o terceiro
desde sua fundação em 1980.
O encontro, que começou
ontem e vai até amanhã, tem
caráter nacional, mas aglutina
majoritariamente representantes das principais forças de
São Paulo que estimularam a
candidatura Chinaglia: Marta
Suplicy, José Dirceu, João Paulo Cunha, José Genoino e Antonio Palocci.
Ainda que o novo presidente
da Casa pertença à corrente
Movimento PT, o grupo foi determinante na sua vitória. O sucesso dá novo fôlego para o grupo, enfraquecido após o escândalo do mensalão, tentar recuperar sua unidade e continuar
dando as cartas dentro do partido, na disputa com o ministro
Tarso Genro (Relações Institucionais) e com as correntes
mais à esquerda da sigla.
Tarso, principal defensor da
tese de refundação do PT e adversário natural dos paulistas,
saiu menos fortalecido internamente da disputa na Câmara.
O ministro pretende liderar
um novo grupo no partido, quase todo formado por petistas de
fora de São Paulo, para se contrapor ao Campo no Congresso.
Ele identifica na corrente a origem dos principais problemas
do PT atualmente, entre eles as
acusações de corrupção.
Se não comparecer ao encontro em São Roque, o ministro,
uma espécie de dissidente do
Campo Majoritário, deverá enviar um representante.
O triunfo de Chinaglia também deve influenciar cenários
para as eleições de 2008 e 2010.
Estrelas do partido como os
governadores Jaques Wagner
(BA) e Marcelo Déda (SE) e o
prefeito de Belo Horizonte,
Fernando Pimentel, sempre
lembrados quando o assunto é
a sucessão de Luiz Inácio Lula
da Silva, não se beneficiam do
fortalecimento dos paulistas.
Já a ex-prefeita Marta Suplicy, cotada para um ministério, pode se utilizar da aproximação pontual com Dirceu e
João Paulo para costurar um
apoio à sua candidatura à prefeita em 2008.
João Paulo Cunha, ex-presidente da Câmara, deu uma demonstração de força na Casa
com a vitória petista.
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