São Paulo, sábado, 03 de fevereiro de 2007

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Aliados dos governadores vão presidir Assembléias

Nas 26 Casas e na Câmara Distrital, atual legislatura será comandada por governistas

Em SP, eleição deve ocorrer só em março, mas o tucano Vaz de Lima, aliado de José Serra, é o favorito e pode receber apoio dos petistas


JOÃO CARLOS MAGALHÃES
THIAGO REIS
DA AGÊNCIA FOLHA

Todas as Assembléias Legislativas do país serão presididas por aliados dos governadores na atual legislatura. É o que mostra levantamento feito pela Folha nas 26 Casas e na Câmara Distrital, em Brasília.
Em São Paulo, a eleição só deve ser realizada no dia 15 de março. No entanto, o tucano Vaz de Lima, aliado do governador José Serra (PSDB), aparece até agora como favorito. Os petistas podem ajudar a elegê-lo após parte do PSDB ter votado, no segundo turno, em Arlindo Chinaglia (PT-SP) para a presidência da Câmara.
Em Minas Gerais, o novo presidente é Alberto Pinto Coelho (PP). Líder do governo desde a gestão Itamar Franco (1999-2002), ele protagonizou uma troca de cadeiras. Entrou no lugar do então presidente, Mauri Torres (PSDB), que será o novo líder do governo Aécio. No Rio, o deputado Jorge Picciani (PMDB) foi reeleito. Ele deverá ser o elo entre a Casa e o governador Sérgio Cabral, também peemedebista.

Zero
Apesar de o PT ter batido o próprio recorde de governadores eleitos (5), o partido não conseguiu eleger nenhum presidente de Assembléia.
O PMDB ocupará oito presidências (AM, CE, ES, MS, PA, PI, RJ e TO). O PSDB terá seis (AP, BA, GO, MA, PB e SP, se a eleição de Vaz de Lima se confirmar). Já o PFL ficará com três (AL, PR e SC).
No Espírito Santo, a CUT (Central Única dos Trabalhadores) fez até um protesto durante a eleição da Mesa para criticar a aliança entre Legislativo e Executivo.
Uma "roleta viciada" foi utilizada no ato. Apesar de ter sete fotografias de deputados, a seta sempre apontava para o governador Paulo Hartung (PMDB).
"Queríamos mostrar que, independentemente de quem fosse o novo presidente da Assembléia, ele estaria vinculado ao governador", disse José Carlos Nunes, da CUT-ES. O deputado Guerino Zanon, também do PMDB, foi eleito.
Na Paraíba, o novo presidente é não só do mesma sigla que o governador Cássio Cunha Lima (PSDB) como também parente dele. Arthur Cunha Lima é tio do chefe do Executivo.
Em Sergipe, governado pelo petista Marcelo Déda, o novo presidente da Casa é um ex-tucano. Ulices Andrade filiou-se ao PDT recentemente e agora faz parte da base governista.
Reeleição em cadeia
Em seis Estados (SC, AM, RN, PI, RR e AP), tanto os chefes do Executivo quanto os do Legislativo não mudaram -os presidentes das Casas serão os mesmos, assim como os governadores que eles apóiam.
Para o deputado Julio Garcia (PFL-SC), o fato de o presidente ser da base e o governo ter maioria na Assembléia não significa que haverá homologação dos projetos do Executivo sem uma análise séria. "Há uma relação harmônica. Mas eu mesmo não sou do partido do governador [o peemedebista Luiz Henrique da Silveira]. Fazemos parte de uma coligação. A tradição da Casa será mantida."
No Tocantins, a disputa foi acirrada. Ainda assim, o vitorioso foi um governista: Carlos Gaguim (PMDB).


Colaborou CÍNTIA ACAYABA, da Agência Folha

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