São Paulo, quarta-feira, 03 de fevereiro de 2010

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PMDB escala direção para pressionar PT

Partido vai eleger para a Executiva líderes que devem disputar cargos contra petistas

Grupo que se opõe a Temer sabe que não terá vagas na cúpula do partido e articula entrar com ação no STF para adiar convenção de sábado


MARIA CLARA CABRAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O PMDB quer usar uma nova estratégia na sua convenção nacional, no sábado, para pressionar o PT e o presidente Lula a resolverem as alianças locais: colocar em postos da nova Executiva peemedebistas que estão enfrentando problemas com aliados, principalmente o PT.
Assim, a convenção não servirá só para passar o recado que o partido está unido em torno de Michel Temer (PMDB-SP) para ser vice na chapa da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil).
"Estamos apaziguando tudo. A eleição interna fortalece o partido, dá mais unidade e gera um círculo virtuoso, traz mais grãos [para a eleição de outubro], é um processo construtivo", disse o líder do PMDB no Senado, Romero Jucá (RR).
No total, 17 cargos na Executiva Nacional do PMDB serão definidos na convenção. O diretório de Minas Gerais deve ficar com a secretaria-geral: o ministro Hélio Costa (Comunicações) ou seu aliado Mauro Lopes podem ficar com o cargo. Em Minas, Costa disputa com os petistas Fernando Pimentel e Patrus Ananias a indicação para disputar o governo.
Já o deputado Eunício Oliveira, do Ceará, deve ficar na tesouraria do PMDB. Eunício quer ser o único governista a concorrer ao Senado pelo Estado. O petista José Pimentel também pleiteia o cargo.
A briga acontece também no Pará. Jader Barbalho (PMDB) e Ana Júlia Carepa (PT) pretendem sair candidatos ao governo. E, para mostrar que Jader tem força, ele deve ser eleito vogal (cargo com menos força, mas mesmo poder de voto) na Executiva do partido. O ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional), da Bahia, também deve ser vogal.
Uma vez na cúpula decisória do PMDB, os novos membros da Executiva pretendem, no mínimo, evitar que o presidente Lula e a ministra Dilma subam só no palanque do PT.
A estratégia de fortalecer os nomes regionalmente segue a linha adotada por Temer para se capitalizar: deve ser eleito presidente, mostrando assim força para ser indicado vice de Dilma. Já Jucá deve ficar com a vice-presidência da legenda.
Liderada pelo ex-governador paulista Orestes Quércia, a ala contrária a Temer estuda entrar até amanhã com uma liminar no Supremo Tribunal Federal para adiar a convenção.


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