São Paulo, segunda-feira, 03 de março de 2008

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PRINCIPAIS DÚVIDAS

Como as pesquisas americanas funcionam?
Geralmente, grandes institutos, como Gallup e Zogby, ouvem pelo menos mil adultos por telefone fixo residencial espalhados por 48 Estados norte-americanos -o mais comum são 2.000 adultos. Em geral, são descartados os números de telefone celular, não são ouvidos eleitores que morem no Havaí nem no Alasca -"o democrata Havaí cancela o republicano Alasca", diz Zogby- e não são ouvidos menores de 18 anos, a idade mínima para votar. Os números são escolhidos ao acaso, dentro do universo demográfico apontado pelo último Censo do país.

Como é uma pesquisa nacional de democratas contra republicanos?
Nas nacionais, ouvem-se democratas e republicanos registrados -o eleitor se registra como democrata, republicano ou independente- na proporção em que eles se apresentam no eleitorado. Assim, em 2.000 ouvidos, geralmente 1.200 serão democratas ou independentes que tendem a votar em democratas e 800 serão republicanos ou independentes que tendem a votar em republicanos. São feitas as mesmas perguntas aos dois universos, e depois faz-se o balanço do resultado.

Qual o exemplo de uma pergunta nacional?
"Suponha que a eleição fosse hoje. Se Barack Obama fosse o indicado do Partido Democrata e John McCain, o do Partido Republicano, em quem é mais provável que você votasse?"

E as pesquisas locais?
Elas variam seu universo tanto quanto as regras de primárias e "caucuses" (assembléias eleitorais), que também variam de Estado para Estado. Há locais em que eleitores democratas registrados podem votar em primárias republicanas e vice-versa; são as "primárias abertas". Há as "primárias fechadas", em que só os eleitores registrados de cada partido votam. Há "caucus" que não exigem identificação dos que comparecem. Há Estados que permitem o "voto antecipado", mandado-o com antecedência de até meses pelo correio.

Por que as pesquisas erraram tanto?
Uma das razões dadas por Zogby é a resposta anterior. Com tanta variante, é fácil o universo pesquisado diferir do que votou. Outro é o comparecimento recorde que esta fase das eleições vem tendo. Isso é importante, pois o voto não é obrigatório. "Em geral, descartamos pessoas com menor probabilidade de votar. Mas, neste ano, muita gente que nunca vota está indo votar", diz Scott Rasmussen, presidente do instituto que leva seu sobrenome.

Quais as críticas recebidas pelas pesquisas?
Que as que excluem celulares tendem a ouvir menos jovens. Idem para as que excluem telefones comerciais, que tendem a ouvir menos trabalhadores e mais donas-de-casa. Que ao usar apenas telefone o universo fica distorcido por excluir pessoas que saem mais de casa e "porque as pessoas estão cheias de telemarketing e 9 em cada 10 desligam o telefone na cara do pesquisador", diz David King, da Universidade Harvard.

Quem banca?
As pesquisas mais confiáveis são pagas por órgãos de imprensa e emissoras de TV. Mas a maioria é encomendada por escritórios ligados aos principais pré-candidatos ou lobistas.


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