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Yeda atribui denúncias de corrupção no RS a "golpistas"
Governadora diz que suspeitas foram levantadas por quem "não gosta da democracia"
No 1º discurso após denúncia do PSOL, tucana diz que vai investir mais em publicidade -em campanhas semanais e em espaço em rádios e TVs
GRACILIANO ROCHA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
A governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius
(PSDB), atribuiu à "direita golpista" e à "esquerda pseudorrevolucionária" as denúncias de
corrupção feitas contra ela e integrantes de seu governo. As
denúncias reacenderam, no
mês passado, a crise política
atravessada pelo governo.
A declaração de Yeda foi dada
ontem durante um pronunciamento no Palácio Piratini para
anunciar investimentos de
R$ 700 milhões no primeiro semestre, para combater a crise
econômica, e de um aumento
salarial de 10% para policiais.
O discurso foi sua primeira
manifestação desde que teve
início o último capítulo da crise
gaúcha, quando dirigentes do
PSOL disseram, sem exibir
provas, haver vídeos que implicam a governadora e auxiliares
em formação de caixa dois na
campanha, uso de recursos não
contabilizados para a compra
da casa da tucana e uso de agência de publicidade do governo
para fazer pagamentos.
Para ela, as novas suspeitas
foram levantadas por "quem
não gosta da democracia". Ela
disse que cabe ao Judiciário esclarecer se houve ou não irregularidades. Yeda fez referência no discurso à compra de sua
casa, cuja investigação foi encerrada em 2008 pelo Ministério Público Estadual sem apontar irregularidades. Para ela, a
denúncia foi "requentada".
"Será que o Rio Grande do
Sul tem cultura e tradição golpistas, juntando uma direita
golpista com uma esquerda
pseudorrevolucionária?", disse
ela, sem citar quem seriam os
"golpistas". Embora estivesse
prevista entrevista coletiva, Yeda não falou com os repórteres.
No discurso, no qual enalteceu o fim do déficit fiscal do Estado, a tucana anunciou ofensiva publicitária, que inclui campanhas semanais e compra de
espaços em rádios e TVs.
O secretário Carlos Otaviano
Brenner de Moraes (Transparência) disse que o governo não
pretende acionar judicialmente os dirigentes do PSOL.
Procurada pela Folha, a deputada Luciana Genro (PSOL)
voltou a dizer que os vídeos estão guardados sob sigilo na
Justiça de Santa Maria. O órgão não comenta a existência
do material. "Se alguém está
sendo caluniado por golpistas,
como ela [Yeda] diz, deveria
buscar na Justiça a reparação."
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