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Ministério diz que gasto vem subindo
da Sucursal de Brasília
A assessoria de imprensa
do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
fez apenas um comentário
técnico sobre a participação
da seguridade social no superávit primário deste ano.
Para o ministério, o aperto
nos gastos sociais assegura
um melhor cenário macroeconômico para o país e aumenta a credibilidade da
economia brasileira.
A assessoria lembrou ainda que as despesas não estão
sendo sacrificadas, pois os
gastos do setor aumentam a
cada ano (em valores nominais, as despesas previstas
para 2000 cresceram R$ 4,08
bilhões em relação ao ano
passado e R$ 14,771 bilhões
em relação a 1998).
O ministro Martus Tavares (Planejamento) e o seu
secretário-executivo, Guilherme Dias, não quiseram
comentar o levantamento
feito pelo deputado Sérgio
Miranda, assim como o Ministério da Saúde.
Para o secretário de Previdência Social (do Ministério
da Previdência), Vinícius
Carvalho Pinheiro, o trabalho é consistente.
Porém o secretário ressaltou que o levantamento confirma o déficit da Previdência previsto para este ano: serão R$ 62,3 bilhões em despesas contra R$ 53,028 bilhões em contribuições previdenciárias.
"Do nosso ponto de vista,
está claro que somos deficitários. Mas em relação à seguridade social, os números
estão corretos e mostram
que a saúde e a assistência
social são prejudicadas pelo
pagamento dos juros da dívida pública", disse.
Procurado pela Folha, o
relator-geral da lei orçamentária para este ano, deputado
Carlos Melles (PFL-MG),
não quis fazer comentários
sobre a questão.
Seus assessores confirmaram que a diferença de R$
1,828 bilhão foi absorvida
por emendas de parlamentares e destinada para obras
nos setores de transporte e
irrigação, principalmente.
Segundo os assessores de
Melles, não houve emendas
suficientes à despesa da seguridade social para acatar
toda a receita recalculada
pelo relator-geral para o setor. Por isso, o dinheiro acabou indo para outras áreas.
Mas a Folha apurou que
Melles poderia, por iniciativa própria, ter aumentado
os gastos do governo com
saúde, assistência social e
previdência social.
Porém o deputado preferiu atender a pressão política
dos parlamentares e concentrar recursos em obras que
beneficiam os redutos eleitorais dos seus colegas de
Congresso.
(FG)
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