São Paulo, segunda-feira, 03 de abril de 2000


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Ministério diz que gasto vem subindo

da Sucursal de Brasília

A assessoria de imprensa do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão fez apenas um comentário técnico sobre a participação da seguridade social no superávit primário deste ano.
Para o ministério, o aperto nos gastos sociais assegura um melhor cenário macroeconômico para o país e aumenta a credibilidade da economia brasileira.
A assessoria lembrou ainda que as despesas não estão sendo sacrificadas, pois os gastos do setor aumentam a cada ano (em valores nominais, as despesas previstas para 2000 cresceram R$ 4,08 bilhões em relação ao ano passado e R$ 14,771 bilhões em relação a 1998).
O ministro Martus Tavares (Planejamento) e o seu secretário-executivo, Guilherme Dias, não quiseram comentar o levantamento feito pelo deputado Sérgio Miranda, assim como o Ministério da Saúde.
Para o secretário de Previdência Social (do Ministério da Previdência), Vinícius Carvalho Pinheiro, o trabalho é consistente.
Porém o secretário ressaltou que o levantamento confirma o déficit da Previdência previsto para este ano: serão R$ 62,3 bilhões em despesas contra R$ 53,028 bilhões em contribuições previdenciárias.
"Do nosso ponto de vista, está claro que somos deficitários. Mas em relação à seguridade social, os números estão corretos e mostram que a saúde e a assistência social são prejudicadas pelo pagamento dos juros da dívida pública", disse.
Procurado pela Folha, o relator-geral da lei orçamentária para este ano, deputado Carlos Melles (PFL-MG), não quis fazer comentários sobre a questão.
Seus assessores confirmaram que a diferença de R$ 1,828 bilhão foi absorvida por emendas de parlamentares e destinada para obras nos setores de transporte e irrigação, principalmente.
Segundo os assessores de Melles, não houve emendas suficientes à despesa da seguridade social para acatar toda a receita recalculada pelo relator-geral para o setor. Por isso, o dinheiro acabou indo para outras áreas.
Mas a Folha apurou que Melles poderia, por iniciativa própria, ter aumentado os gastos do governo com saúde, assistência social e previdência social.
Porém o deputado preferiu atender a pressão política dos parlamentares e concentrar recursos em obras que beneficiam os redutos eleitorais dos seus colegas de Congresso. (FG)

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