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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/ O RELATÓRIO
Destino de texto final da CPI dos Correios será decidido amanhã; votação deve ser apertada e ter diferença de no máximo dois votos
Falta de acordo pode derrubar relatório
FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Sem perspectiva de acordo entre a base aliada e a oposição, o
relatório final da CPI dos Correios
corre o risco de ser derrubado
amanhã. A intenção do PT é limitar as acusações contra o governo
à prática de caixa dois. Nessa
operação, a possibilidade de a
comissão acabar sem relatório
algum é grande.
Após recorrer ao Palácio do Planalto, os moderados da CPI tentam convencer agora o PMDB a
votar a favor do relatório original,
que sofreria alterações pontuais.
Em ano eleitoral, o argumento
utilizado é que o partido poderia
posar como quem impediu que a
comissão fosse enterrada.
Nem os aliados nem a oposição
têm margem de segurança na
CPI, cuja votação deve ser decidida por uma diferença de no máximo dois votos. Os dois lados disputam o apoio dos deputados
Asdrúbal Bentes (PMDB-PA) e
Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP).
Por ser o vice-presidente da
CPI, a tendência natural de Bentes
seria apoiar o documento produzido pelo relator, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), mas o
deputado, que é ligado ao governista Jader Barbalho (PMDB-PA),
tem feito jogo duplo.
Já Faria de Sá, que vinha agindo
alinhado com o PSDB e o PFL, havia passado para o outro lado na
última semana. A oposição se dispôs a colocar os pefelistas Cláudio
Lembo e Gilberto Kassab, que assumiram o governo e a Prefeitura
de São Paulo, respectivamente,
para persuadi-lo a voltar atrás.
O petebista nega que vá votar
com o governo e disse que participou de uma reunião da base aliada, na última terça-feira, atendendo a um pedido do líder de seu
partido, deputado José Múcio
(PE). No encontro, foram discutidas estratégias para derrubar o
relatório produzido por Serraglio.
Além de estarem preocupados
com a aprovação do relatório paralelo do PT, o temor de moderados da oposição e da própria base
aliada é que, depois de rejeitar o
texto de Serraglio, os petistas não
consigam aprovar o documento
alternativo. Assim, a CPI seria
encerrada sem uma conclusão.
Esse cenário é possível porque
interessaria a alguns partidos da
base que a comissão não tivesse
um relatório para encaminhar ao
Ministério Público e à Polícia
Federal. Membros do PMDB, por
exemplo, apareceram nas investigações como envolvidos em supostas irregularidades.
O relator pode acolher alterações até amanhã, mas isso depende de um entendimento prévio
entre governistas e oposição.
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